Animais silvestres terão novo espaço para abrigo

Antônio Assis
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Thaís Arruda
Diário de Pernambuco

O tráfico de animais silvestres é a terceira maior atividade ilegal do mundo, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e de armas. Diariamente, 90% dos animais que chegam ao Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas) são aves. Desde 2014, já foram recebidos 4,6 mil animais silvestres na unidade, localizada na Guabiraba, Zona Norte do Recife. Atualmente os animais vivem em gaiolas em um espaço improvisado mais conhecido como “santuário”. Um novo local para receber melhor os animais, também situado na Guabiraba, deve ser entregue até o fim do ano.

A gestão do centro, que era do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), passou a ser da CPRH em janeiro de 2014. “Quando os animais chegam ao CETAS fazemos o possível para recriar em cativeiro o ambiente que se assemelhe ao habitat natural. Ao chegar aqui os animais costumam estar amedrontados por terem passado muito tempo enclausurados, muitas vezes até agressivos”, comentou o biólogo Yuri Valença, responsável pelos animais do Centro. 

Ainda de acordo com o biólogo, um dos animais que mais sofre com o contato humano é o sagui. É recorrente a chegada de saguis com herpes ao santuário. “Se você come uma banana e depois a entrega para o sagui corre o risco de transmitir herpes para ele. Ao contrário do modo como se manifesta nos humanos, o herpes pode rapidamente levar o animal a óbito. Aqui cuidamos de um que ficou cego após contrair a doença”, ressaltou. 

Em Pernambuco são comuns a domesticação e maus-tratos de animais como araras, papagaios e macacos-prego, além do tráfico dos bichos oriundos principalmente do Mato Grosso do Sul e São Paulo. O alerta sobre a comercialização e domesticação de aves chama atenção para o fato de que muitas pessoas têm passarinhos em casa por achar que estão sendo bem cuidados. 

O biólogo Walber Santana, diretor de Recursos Florestais e Biodiversidade da CPRH, explicou que é preciso criar um alerta à população que ainda mantém animais silvestres em casa. “Muitas vezes as pessoas se apegam ao animal e acham que se ele sair não conseguirá se readequar à natureza. Ele consegue, mas é preciso que seja entregue à uma equipe de Brigada Ambiental ou na Agência para ser cuidado”, informou. A Brigada Ambiental pode ser encontrada nos municípios do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca e Camaragibe. Quem morar em um município onde não existe o serviço pode entrar em contato com a Gestão de Fauna através do telefone 3182-8905.

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