De árbitro de futebol ao basquete sobre rodas: a incrível história de Kilber Alves

Antônio Assis
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Kilber levou o bronze no Parapan de Toronto como coordenador da seleção feminina de basquete. Foto: Arquivo Pessoal

Diego Toscano
JC Online

Pouco menos de 17 anos depois do acidente de carro que acabou com a sua carreira de árbitro, Kilber Alves se reinventa mais uma vez. Em agosto, o ex-juiz aspirante à Fifa foi o coordenador da seleção feminina de basquete em cadeira de rodas no Jogos Parapan-Americanos de Toronto. Desde o fatídico 28 de outubro de 1998, quando cochilou na BR-101, bateu o seu automóvel em árvores e perdeu parcialmente o movimento das pernas, Kilber nunca desistiu de viver dos esportes.

Líder absoluto do quadro de medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em agosto, o Brasil teve um desempenho interessante no basquete em cadeira de rodas, com um bronze no feminino e o quarto lugar no masculino. Hoje, é o esporte paralímpico mais praticado no Estado. No último Parapan, inclusive, Pernambuco teve seis atletas na modalidade. No masculino, cinco dos doze jogadores nasceram no Recife.

A entrada do ex-árbitro no esporte foi por acaso. Em uma apresentação do basquete em cadeira de rodas das equipes da Associação Desportiva de Deficientes Físicos de Pernambuco (ADDF-PE) e da Associação de Basquetebol para Deficientes Fisícos (ABDF), em uma instituição em que Kilber era professor de educação física, um dos atletas faltou. E ele foi convidado para ser o substituto. “Nunca tinha subido em uma cadeira de rodas, e claro que fui muito mal. Quando eles iam para o ataque, eu estava voltando para a defesa (risos). Depois, me convidaram para jogar. Relutei um tempo, mas depois concordei”, disse.

Sem vocação para ser jogador, Kilber acabou se tornando o treinador da ADDF e levando a equipe novamente para a elite do basquete em cadeira de rodas no Brasil, na primeira divisão nacional, em 2013.

Assim como na arbitragem, a ascensão na carreira no basquete também foi rápida. Hoje, Kilber é vice-presidente da Federação Pernambucana de Basquete em Cadeira de Rodas e presidente do Conselho Deliberativo da Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC), a única – seja no desporto olímpico ou paralímpico – que está instalada na capital pernambucana.

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