Manifestação repudia violência contra LGBT

Antônio Assis
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Luiz Joaquim
Folha-PE

"Foi a gota dágua. A morte brutal de Índia é mais um dado que aumenta as estatísticas no Estado. É por ela e por todos nós que estamos fazendo este ato público". O desabafo foi da ativista Ana Flor Rodrigues, uma das responsáveis pela manifestação "Por uma cidade onde as pessoas trans possam viver!" que tomou a Praça do Arsenal, no Recife Antigo, ao final da tarde deste domingo (19).
A vítima a que Rodrigues se refere é a travesti identificada como Índia, atacada a pauladas na cabeça na noite do sábado (11), no Barro, próximo a BR-101. "Ela chegou a ser internada no Hospital da Restauração, ficou dependente de aparelhos para respirar e veio a óbito na quarta-feira (15). O curioso é que ninguém fala no assassino, nem o que vai ser feito dele. E ainda há quem justifique a violência que ela sofreu por estar num ponto de prostituição", indigna-se Dandara Alves, estudante de Psicologia. Junto a responsável pela Política LGBT da Universidade Federal de Pernambuco, a professora Luciana Vieira, Dandara também organizou o manifesto.

As ações de contaram com uma oficina de cartazes, um aulão e a escrita de um documento a ser entregue ao Governador de Estado e à Prefeitura do Recife. "Devemos nos articular com o Ministério Público para tentar agendar uma reunião com estas instâncias oficiais", adiantou Vieira. Presente no manifesto, o ator Irandhir Santos lamentou que casos brutais como este estejam tornando-se corriqueiros e se intensificando. "Organizações se empenham em mudar a situação mas é pouco. O contraponto é ver os manifestantes cada vez mais fortes e unidos", finalizou.

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