Ganhar dinheiro e fazer o bem ao mesmo tempo é possível

Antônio Assis
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Palestra contou com empresas como Joy Street
Talita Barbosa/Especial para o JC Imagem

JC Online

Uma das palestras ministradas nesta sexta-feira (24), segundo dia da Campus Party Recife, mostrou que entre ganhar dinheiro e fazer o bem é possível optar pelos dois. Com a ideia de negócios sociais, empreender, ganhar dinheiro e fazer o bem são objetivos que se concretizam juntos.

"Esse novo tipo de empreendimento está mudando o mundo, não só o Brasil. Todo negócio pode ser um negócio social. Estamos germinando essa semente no Brasil para sensibilizar e apresentar a ideia desse tipo de negócio", conta a especialista em empreendedorismo do Sebrae, Valéria Barros. 

Deixando para trás a ideia de que negócios com um propósito social são, necessariamente, sem fins lucrativos, o empreendedor social tem a missão de criar um empreendimento transformador que, ao mesmo tempo, consiga gerar uma receita suficiente mpara cobrir seus custos e garantir uma certa margem de lucro.

"Esse tipo de negócio que promove o bem mas também gera lucro nascem em espaços onde há um problema social que precisa de uma solução.No nosso caso, o problema verificado foi que os alunos das escolas públicas pernambucanas estavam desmotivados e havia essa necessidade de motivar os alunos. Então, surgiu a ideia de criar um game que pudesse fazer com que os alunos criassem um interesse maior pelo conteúdo ensinado nas aulas através dos games. A solução foi tomada a partir da análise do problema, o que é uma atitude primordial para que o negócio dê certo", conta o criador da Joy Street,Fred Vasconcelos.

A Joy Street é uma empresa que utiliza a mecânica de jogos consagrados , com eficácia de engajamento comprovada e tematiza esses games com conteúdos e competências acadêmicas. Outro diferencial da ideia, segundo Fred Vasconcelos, é a gamificação do ensino promovida pelo negócio. Através de jogos casuais, torneios e missões, professores e alunos interagem em um cenário que empresta sentido e propósito à aprendizagem.

"Já surgiu até uma lei que queria proibir que uma lanhouse fosse construída próxima a uma escola, ou proibir o uso dos celulares. Na verdade, tudo isso já faz parte da realidade dos alunos e o que deve ser feito é um alinhamento desses instrumentos com as necessidades dos alunos na linguagem deles. Com o nosso game, por exemplo, enquanto joga, os alunos conseguem aprender os conteúdos exigidos nas matrizes curriculares do Enem", conta.

Nesse tipo de negócio, o sucesso não é medido apenas pelos valores arrecadados em um determinado período, mas sim pelo impacto que a ideia causa para as pessoas e o meio no qual elas vivem. O empreendedor social Hamilton Henrique é um dos mentores do Saladorama, negócio de impacto social cuja missão é a democratização do acesso à alimentação saudável e de qualidade. Segundo ele, o segredo é identificar e uma necessidade e focar em como esse problema pode ser solucionado.

"Vimos que a alimentação saudável, orgânica e livre de agrotóxicos era uma coisa para poucos. A partir disso, definimos como missão democratizar esse acesso. Com o saladorama geramos uma espécie de educação alimentar para a comunidade. Tudo isso cria um ciclo nessas comunidades, já que a ideia atinge de forma direta que consome o produto, que tem um preço bastante acessível e de forma indireta, ajudando quem planta e nos ajuda na produção", afirma.

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