247 - A presidente Dilma Rousseff reagiu nesta quinta-feira, 9, em Ufá, na Rússia, às críticas da oposição de que passou por cima do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na entrevista que ela concedeu ao jornal Folha de S.Paulo, quando afirmou que não vai cair. Em resposta, o senador Aécio Neves (PSDB) acusou o PT de “golpismo” e a presidente de estar se colocando à frente das instituições públicas que apuram eventuais irregularidades em sua gestão e em suas contas de campanha.
Para Dilma, golpista “é quem prejulga”. “Em momento algum da minha entrevista eu passei por cima de nenhuma instituição. O TCU ainda nem deu um parecer definitivo sobre as minhas contas. Eles abriram a possibilidade de nós nos explicarmos, e nós vamos nos explicar bem explicado. A mesma coisa o TSE”, sustentou. “É estranho que prejulguem. Estranho que se trate como se tivesse havido uma decisão, quando não houve decisão alguma”, complementou.

A presidente afirmou ainda que não ficaria “discutindo quem é e quem não é golpista”, mas a seguir lançou a nova crítica: “Quem é golpista mostra na prática as suas tentativas, que começam por prejulgar uma instituição”. “Não há dentro nem do TCU, nem do TSE, a possibilidade de dizer qual será a decisão. Até porque o futuro é algo que ninguém controla. Nem eu, nem ninguém”, argumentou.
'BRASIL VAI SE RECUPERAR RÁPIDO"
Sobre o cenário econômico do país, ela afirmou que o Brasil passa por momento "extremamente duro". Dilma, porém, ressaltou que o país tem "fundamentos sólidos" para retomar o crescimento. A presidente deu a declaração após ter sido questionada durante entrevista coletiva sobre se o Brasil havia chegado ao "fundo do poço" ou se ainda surgirão mais "notícias negativas".
"Vários países passam por crises graves, mas só o Brasil, eu acredito, tem uma característica específica: nós estamos, de fato, passando por um momento extremamente duro e a preocupação do governo com esta questão é tanta que lançamos há pouco o Programa de Proteção ao Emprego, que é bastante interessante", disse.
"O Brasil tem, estruturalmente, fundamentos para se recuperar rápido. Não é só questão de achar ou não. Nós apostamos nisso não porque temos visão rosa da situação. Não temos, não. Nós achamos que o Brasil tem fundamentos sólidos", acrescentou.
Em sua fala, a presidente afirmou que o governo está "trabalhando duramente" para que o país saia "rápido" da crise. Na Rússia, Dilma disse esperar que a situação internacional ajude "de forma importante" todos países que buscam "saída" para a economia.
"Não é consolo, mas ela [crise econômica] é uma situação generalizada no mundo. A China, por exemplo, tem hoje a menor taxa de crescimento dos últimos 25 anos. Você tem problemas em vários lugares do mundo e a Europa também não tem conseguido sair da crise", destacou.