Sob protesto, Plano Municipal de Educação do Recife é aprovado

Antônio Assis
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Vereadores tentaram prosseguir com a sessão no plenário, mas foram impossibilitados pelos gritos e apitaços dos manifestantes. Foto: João Velozo/Esp.DP/D.A Press

Sávio Gabriel
Diário de Pernambuco

Após uma sessão que durou quase seis horas, os vereadores do Recife aprovaram, nesta segunda-feira (22), por 28 votos a 5, o Plano Municipal de Educação (PME) da cidade. O clima na Casa de José Mariano foi de tensão, com direito a objetos jogados no plenário, gritos de guerra, apitaço, cartazes de repúdio e uma porta arrombada. Assim como aconteceu na Assembleia Legislativa, os vereadores da bancada evangélica saíram vitoriosos e conseguiram vetar qualquer menção à identidade de gênero no PME.

Geralmente iniciada às 15h, a sessão desta segunda-feira sofreu um atraso de 30 minutos devido à manifestação de estudantes e representantes do Sindicato Municipal dos Professores de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), que protestavam contra a tentativa de barrar as questões de gênero e exigiam que os pontos discutidos na Conferência Municipal de Educação (Comude) fossem incluídos no projeto. Entoando gritos de protesto como “o povo não se ilude, a gente quer o documento da Comude” e “beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser”, eles jogavam balões e papeis nos vereadores presentes.

Às 15h30, quando a sessão teve início, o sistema de som da mesa diretora sofreu pane, o que gerou críticas da bancada oposicionista. No entanto, após o problema ter sido solucionado os vereadores ficaram impossibilitados prosseguir com a sessão devido aos gritos e ao apitaço dos participantes. Após uma pausa de 45 minutos, os trabalhos foram reiniciados, novamente sem sucesso. Integrantes da bancada de oposição pediam calma aos manifestantes, que não obedeciam aos pedidos.
Depois de mais uma tentativa de realizar a sessão, o vereador Vicente André Gomes (PSB), presidente da Câmara, decidiu transferir a votação para o Plenarinho, a portas fechadas, com acesso apenas da imprensa.

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