No Recife, memória da escritora Clarice Lispector vai se apagando Casa onde morou a escritura, no Centro do R

Antônio Assis
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Imóvel (ao fundo da imagem) onde morou a escritora foi depredado por vândalos. Memorial ainda está distante de se tornar uma realidade
Foto: Valéria Oliveira/JC

Valéria Oliveira
JC Online

“Tudo acaba mas o que te escrevo continua.” O trecho do último capítulo do livro Água Viva, de Clarice Lispector, está gravado em uma placa afixada ao sobrado de número 387 da Praça Maciel Pinheiro, na Boa Vista, Centro do Recife. Foi na graciosa casa rosada de janelas amplas que Clarice viveu parte de sua infância na capital pernambucana. E, se os primorosos contos, romances e ensaios deixados por ela permanecem inalterados com o passar do tempo, o mesmo não se pode dizer do espaço que, por anos, abrigou uma das escritoras mais importantes do século 20. Assim como a pintura desbotada, as memórias de Clarice na antiga casa vão se apagando. O que resta são os pedaços do que um dia foi.
Desocupada desde 2010, quando se começou a cogitar a criação de um memorial em homenagem às irmãs Lispector, a casa já foi alvo de várias ações de depredação. As paredes do imóvel, de propriedade da Santa Casa de Misericórdia, ostentam pichações. Portas e janelas foram arrancadas por vândalos. A escada que levava ao sótão, mencionado em algumas obras de Clarice, também foi destruída. “Tivemos que lacrar as portas porque a casa era constantemente invadida e depredada”, explica Rilane Dueire, superintendente jurídica da Santa Casa.

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