"Vamos esperar pelos parentes que querem prestar a última homenagem", disse o tio de Maria Alice, Valdeir de Arruda. Foto: Thaís Arruda/ DP/ DA Press
Diário de Pernambuco
O sepultamento da jovem Maria Alice de Arruda Seabra, 19 anos, que foi assassinada pelo padrasto, só deve acontecer nesta sexta-feira, no Cemitério de Santo Amaro. Parentes de Maria Alice estão no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, mas não conseguiram a liberação do jazigo do Cemitério de Santo Amaro, onde o pai da jovem também está sepultado. Outros nove velórios e 15 sepultamentos já estão previstos no cemitério nesta segunda e a chuva ainda deixou a situação mais complicada. A família também decidiu deixar a cerimônia para a manhã dessa sexta-feira para aguardar a presença de outros parentes que vem da cidade de Carpina, na Mata Norte. "Vamos esperar pelos parentes que querem prestar a última homenagem. Minha irmã está muito abalada com toda essa tragédia", disse o tio de Maria Alice, Valdeir de Arruda.
Enquanto isso, no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), a delegada Gleide Ângelo começou a interrogar o padrasto de Maria Alice, o ajudante de pedreiro Gildo Xavier, 34, que confessou ter cometido o crime. Nesta tarde, às 14h, a delegada concederá entrevista detalhando o caso para a Imprensa.
O corpo de Maria Alice foi localizado na tarde da última quarta-feira, sem a mão esquerda, vestido com uma bermuda amarela e uma camiseta vermelha, e o rosto coberto por uma camisa branca. Ela estava cinco dias desaparecida, após ter saido com o padrasto, que prometeu arrumar um emprego para a enteada.
Maria Alice foi deixada sem vida em um canavial do Engenho Burro Velho, no km 28 da BR-101 Norte, em Itapissuma. Gildo Xavier, que acabou confesando o crime, indicou o local para a polícia.
O acusado nega ter cometido crime de estupro, mas a delegada Gleide Ângelo informou que a possibilidade não está descartada. “Só podemos afirmar alguma coisa após a conclusão da perícia tanatoscópica e sexológica realizada pelo IML”, disse. A delegada também solicitou que fosse feito exame toxicológico porque ela desconfia que a Maria Alice tenha sido dopada antes de ser assassinada.
A Polícia encontrou uma camisa dentro do carro alugado pelo padrasto, usado para se deslocar ao cometer o crime. A roupa foi encaminhada para exame no Laboratório de Genética Forense da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. A suspeita é de que a camisa, com cheiro forte, tenha sido usada para matar Maria Alice. A delegada Gleide Ângelo acredita que Gildo tenha começado a espancar a jovem ainda dentro do carro, que teve película fumê colocada pelo ajudante de pedreiro. Por isso, a Polícia acredita que Gildo tenha premetido todo o crime.
Com informações da repórter Thais Arruda