Em debate requentado na Alepe, oposicionistas e governistas trocam acusações sobre obras paradas

Antônio Assis
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Líder da oposição, Sílvio Costa Filho (PTB) disse que Caixa Econômica Federal disponibilizou dinheiro para as obras mas governo estadual não atendeu exigências legais
Arquivo Alepe

Ayrton Maciel
JC Online

Depois de nove dias de recesso de São João, os deputados estaduais retornaram, nesta segunda-feira (29), às atividades na Assembleia Legislativa, realizaram uma sessão de debate “requentado”, aprovaram a ordem do dia de “carreirinha” com o plenário quase vazio, cumprem nesta terça-feira a última reunião do semestre e entram nas férias de julho nesta quarta.

Após cinco meses de atividades, a partir do início em 1º de fevereiro, o ponto alto do plenário foi a repetição da troca de acusações e atribuição de responsabilidades entre PTB/PT de um lado e PSB de outro quanto às obras atrasadas e inacabadas no Estado.

Em ritmo de ressaca junina, o “vale tudo” ficou para o final quando o líder da oposição, Sílvio Costa Filho (PTB), acusou o governo Paulo Câmara (PSB) de “não ter respostas nem propostas” para retomar as obras de mobilidade da Região Metropolitana do Recife (RMR), financiadas pela Caixa Econômica (CEF), a partir de 2011 – gestão de Eduardo Campos (PSB) –, e paradas há mais de um ano. “Ou falta projeto ou desapropriação ou licença ambiental. Todas as obras estão paradas. Nenhuma entregue”, provocou.

A cobrança teve a dura reação governista, com o tucano Antônio Moraes (PSDB) – em defesa do PSB – afirmando que dinheiro da Caixa “é como perna de cobra (ninguém vê)”. Para revidar, mirou no governo Dilma (PT), denunciando que as únicas coisas que andam no Brasil são “inflação e desemprego”. “Há dez anos a transposição (do São Francisco) e a Transnordestina não andam”, bateu.

A rasteira do líder da oposição foi rápida, lembrando que o PSB foi dos governos do PT. “Durante três anos o ministro da Integração era do PSB (Fernando Bezerra Coelho, hoje senador). Dinheiro da Caixa tem. Não falta. O problema é de gestão”, disparou Sílvio, que já foi das gestões do PSB estadual com o PTB e o PT.

Um dos socialistas mais duros nas críticas ao governo Dilma e ao PT, Aluísio Lessa responsabilizou a União pela crise nacional e acusou o petebista de se repetir. “Mais uma matéria requentada, respostas requentadas. Dinheiro público só vem quando tem projeto. Se as obras vieram é porque havia projetos. A questão é que no Brasil, hoje, não há uma obra em andamento”, espetou Lessa.

Com a isenção de independente, em aparte Priscila Krause (DEM) pôs fim à discussão: “Não se discute os problemas que afligem o povo. Ficam na querela PT-PSB. A verdade é que Dilma responde por 12 anos de governos do PT e Paulo por oito do PSB”.

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