A inflação continua subindo acima das expectativas, o Produto Interno Bruto cai mais do que se esperava, os vários poderes da República se distraem arrancando (para eles mesmos) cada vez mais de uma riqueza cada vez menor. Joaquim Levy? E como empresários e trabalhadores confiarão em Joaquim Levy se as próprias forças do Governo em que ele trabalha o hostilizam e sabotam?

Em economia, como em política, há profecias auto-realizáveis. Se o público acredita que um banco vá quebrar, o banco vai quebrar, porque todos irão retirar seu dinheiro antes da quebra. Se o público acredita que o Governo é fraco, sem força para cumprir suas promessas, o Governo será fraco até prova em contrário.
Quem pode pedir confiança ao cidadão? O PSDB vota no Congresso contra aquilo que defende e que sempre defendeu, para enfraquecer ainda mais o Governo. O PT vota contra aquilo que defende e que sempre defendeu, para garantir seus cargos. Governistas votam contra o Governo, embora Governo sejam.
Quando não dá para confiar no Governo nem na oposição, a inflação dispara para cima, o PIB dispara para baixo, o emprego some.
E a esperança desaparece.
Pensando bem
Imagine uma pessoa que deteste Dilma, Lula, o PT, tão radical que ache que a ministra Kátia Abreu virou petista e que Ronaldo Caiado é suspeito porque fala muito do PT. Em que partido depositará suas esperanças?
No PSDB de Aécio, de Tasso, de Serra, que no meio da briga vão para Nova York homenagear Fernando Henrique? No PMDB de Renan, Eduardo Cunha, José Sarney? No neopetismo do PP de Maluf ou no da outra corrente do PP, a do petróleo é nosso? Em religiosos anticomunistas que adoram pregar a Palavra de dentro do Governo?