Chamego, baião, xote: as várias facetas do gênero que imortalizou Luiz Gonzaga

Antônio Assis
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Rei do Baião, Gonzaga lançou chamegos, seridós, toadas, xotes e músicas de vários outros ritmos. Foto: Arquivo/CB/D.A Press

Luiza Maia
Diário de Pernambuco

A disputa oficial pelo primeiro forró lançado tem dois protagonistas. Forró na roça, de 1937, canção do cearense Xerém e Manoel Queiroz, está em um disco de cera do acervo do pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo e é defendida como pioneira pela Associação Cearense do Forró. Forró de Mané Vito, de 1950, composta por Luiz Gonzaga e Zé Dantas, é sustentada pela Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-serra e Ai. 

Forró pode ser o ritmo nordestino mais acelerado que o baião e mais lento que o xote e vaneirão ou a festa. O conceito mais aceito - gênero que agrega vários ritmos, como xote, baião, xaxado, chamego, marchinha junina e arrasta-pé -, entretanto, remeteria a músicas ainda mais antigas. “A partir da música Baião, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, começou a se formar o que hoje nós chamamos de forró. A música ainda estava se constituindo”, esclarece Climério de Oliveira Santos, cantor, compositor e pesquisador cujo trabalho de doutorado foi dedicado ao gênero. 

A consolidação gradativa dos ritmos pode ser claramente diagnosticada através dos discos lançados pelo principal responsável pela difusão da música nordestina em meados do século 20. Na internet, no portal Luiz Lua Gonzaga (www.luizluagonzaga.com.br), mantido pelo colecionador e pesquisador Paulo Vanderley, as canções são separadas por ano e podem ser escutadas em streaming.

As relíquias podem ser ouvidas também na Fonoteca da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), na Avenida Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte. O acervo conta com mais de 14 mil discos e alguns dos primeiros registros de Nelson Gonçalves, Camarão, Jackson do Pandeiro, Claudionor Germano e Jacinto Silva, além do Rei do Baião. Os visitantes podem até solicitar cópias gratuitas dos álbuns, diariamente, das 8h às 12h e das 14h às 18h.


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