Entidades lançam site para denunciar tortura sofrida por presos do Complexo do Curado

Antônio Assis
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Detentos relatam maus-tratos e falta de assistência, conforme instituições ligadas aos direitos humanos

Thiago André Santos
Folha-PE

As instituições que compõem o Movimento de Direitos Humanos de Pernambuco divulgaram, na manhã desta quinta-feira (26), informações sobre os 278 casos de violência e tortura ocorridos, desde 2011, nas três unidades do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. Segundo os representantes, o Estado não conseguiu solucionar nenhum dos casos denunciados.
Uma das novas medidas que o grupo tomou para pressionar o Governo foi a criação e publicação de um site intitulado "Abuso Aníbal" (em referência a Professor Aníbal Bruno, antigo nome do Complexo do Curado), onde constam as ocorrências de tortura vivenciadas por presos das unidades.
Atualmente, os presídios Frei Damião de Bozzano (PFDB), Agente de Segurança Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa) e Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB) têm, juntos, quase sete mil detentos em suas dependências, dos quais cerca de 46% não foram condenados e estão à espera de julgamento.
"A família paga tudo na prisão, da água, comida, até as drogas. Quem não tem dinheiro dorme no corredor ou no pátio externo", disse o instrutor da Clínica Internacional de Direitos Humanos da Universidade de Harvard, Fernando Delgado.
Outros casos denunciados pelas instituições descrevem o relato de um detento que perdeu a visão depois de ter sido atingido nos olhos por spray de pimenta e não ter recebido nenhum tipo de tratamento médico. Outro reeducando afirmou que ficou paraplégico após um acidente ocorrido na prisão e era obrigado a pagar a outros presos para que o ajudassem a usar o banheiro e se locomover na unidade.

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