EIKE SE DIZ VÍTIMA DA NOTORIEDADE QUE ELE PRÓPRIO ALIMENTOU

Antônio Assis
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247 - Empresário em queda livre no mundo dos ricos, Eike Batista, reclama de notoriedade que ele mesmo criou e alimentou como bilionário celebridade. Em seu perfil no Twitter, ele costumava fazer posts oferecendo maravilhas ao mercado. 
Agora, alvo de denúncias de pelo menos seis crimes por parte do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e em São Paulo, os advogados do 'ricaço ostentação' apresentaram à Justiça sua defesa quanto aos supostos crimes de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada e alegam que ele é "vítima da mídia maldosa".
Constam ainda contra Eike Batista denúncias de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e indução do investidor a erro. O juiz Flávio Roberto de Souza deve decretar no começo desta semana a quebra dos sigilos fiscal, bancário, financeiro e bursátil (referente a operações em Bolsa) feitas pelo empresário.
Os advogados Sergio Bermudes, Ary Bergher, Raphael Mattos, Fabio Dias e Darwin Corrêa insistem que as denúncias de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada não têm base legal para serem levadas adiante e usam o termo "leviandade" para se referir à acusação de insider trading.
"Em regra, rumores e fofocas de imprensa, plantados à surdina e com vocação sensacionalista, meias verdades e fatos sequer existentes em bases indiciárias acabam pautando a conduta dos órgãos de persecução criminal, muitos deles ávidos por momentos efêmeros sob os holofotes da mídia", escreveram os advogados sobre a ação dos procuradores federais, conforme matéria do jornal O Globo.
A defesa argumenta que o empresário é "vítima da mídia por ser um cidadão bem-sucedido". "Em nosso país, qualquer cidadão que goze de algum tipo de notoriedade pública em razão de sua posição social ou profissional a qualquer título, e sobre o qual paire alguma dúvida ou questionamento de conduta, torna-se automaticamente alvo fácil do sensacionalismo maldoso e da cultura vigente de que 'todos são culpados até que se prove o contrário'. Não há, na prática, presunção de inocência para essas pessoas"
O texto da defesa diz ainda que Eike não enganou os investidores e que todos entraram no negócio sabendo dos riscos que corriam. Os advogados escreveram ainda que Eike "jamais usou o Twitter para manipular o mercado" e que seria impossível correlacionar as manifestações esporádicas do empresário comefeitos no preço das ações.

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