Pernambuco 247 - A portaria do leite foi revogada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Neri Geller, após um pedido do líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte. A medida estava em vigor há três anos, e autorizava as indústrias de laticínios do Nordeste a importarem leite em pó, prejudicando os produtores da região. O produto importado, de menor qualidade, era adquirido por um valor mais barato que o produzido na Região, causando prejuízos aos criadores.
O pedido de Eduardo da Fonte foi feito no começo de junho, com o apoio de representantes do Sindicato de Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite). "Não podemos admitir que a medida prejudique a produção de leite do nosso Estado. Essa produção é o sustento de muitas famílias pernambucanas", afirmou o parlamentar. "Temos que defender o produtor para que ele tenha condições para produzir e aumentar a produção de leite no Estado. Cada 50 litros de leite é um emprego gerado, e a importação está desempregando nosso povo", acrescentou.
Com a revogação oficializada nesta sexta-feira (4), Geller deu um prazo de 30 dias para que seja realizado o escoamento de matérias-primas em estoque. Inicialmente, a portaria do leite foi criada como uma medida de combate aos prejuízos trazido pela seca para o setor. A manutenção da medida, entretanto, acabou prejudicando a venda do leite local.
De acordo com os produtores, o queijo, que antes era vendido por R$ 14, atualmente é comercializado por R$ 9. Já o litro do leite, que era vendido a R$ 1,30, hoje é comercializado a R$ 0,80 centavos. De acordo com dados da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Agadro), no período anterior à seca eram produzidos 2,5 milhões de litros de leite com um rebanho de 500 mil vacas no Estado. Em dezembro de 2013, o volume caiu para 1,6 milhões de litros e o rebanho havia sido reduzido para 280 mil vacas.