Diario de Pernambuco
O planejamento do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, é descansar e assistir à Copa do Mundo assim que se aposentar, mas cientistas políticos avaliam que o ministro poderá ter um peso expressivo nas eleições de outubro. Para concorrer em outubro, Barbosa deveria ter se filiado a um partido até 4 de abril. Pesquisas divulgadas antes desse prazo mostraram o bom potencial eleitoral do ex-ministro, em cenários nos quais ele aparecia como opção para o eleitor. Nos bastidores, legendas da oposição, como o PSB de Eduardo Campos e o PSDB de Aécio Neves, já se movimentam para tentar atrair o apoio do magistrado.

Já para o doutor em ciência política e professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Milton Lahuerta, a opinião de Barbosa pode pesar no desfecho do próximo pleito, se ele decidir apoiar alguma candidatura. “Ele pode ter um papel importante nas próximas eleições. Pode usar o prestígio que ele conquistou com uma parte da população, durante esse julgamento do mensalão, para apoiar uma candidatura, que certamente seria de oposição ao governo atual”. Daqui em diante, especula Lahuerta, a manutenção do capital político do ministro dependerá da atitude adotada. “É inegável que ele auferiu um capital político importante durante a passagem pelo Supremo.”