Folha-PE
A Prefeitura do Recife (PCR) anunciou, na manhã desta terça (3), a suspensão da licença que dava ao Consórcio Novo Recife a autorização para demolir os armazéns do Cais José Estelita. A decisão foi tomada durante uma reunião realizada nesta manhã entre o prefeito Geraldo Júlio e membros de diversas entidades interessadas. Após a discussão, as entidades concordaram que o projeto não era o melhor para a cidade do Recife. O terreno está ocupado por movimentos contrários à demolição há 13 dias.
A demolição dos armazéns já estava suspensa pela Justiça desde o último dia 22, segundo dia de execução das obras, após embargo do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (Iphan). A Justiça chegou a conceder um mandado de reintegração de posse ao Consórcio, porém ele não foi executado devido à grande mobilização que levou milhares de pessoas a ocupar o cais.
Na quinta-feira (5), o prefeito irá se reunir novamente com as empresas que compõem o Consórcio Novo Recife, no intuito de servir como mediador entre as diferentes partes envolvidas no caso. Em nota, o Consórcio afirmou que não iria se pronunciar até ser oficialmente notificado sobre a decisão. Além dessa, mais duas reuniões devem ser feitas para discutir o assunto, uma com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e outra com todas as partes anteriormente convocadas às reuniões.
Na reunião desta terça, estavam presentes o vice-prefeito do Recife, chefes de sete secretarias da PCR (Planejamento, Assuntos Jurídicos, Governo, Mobilidade, Meio Ambiente e Juventude), os reitores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), e os presidentes das filiais pernambucanas da Ordem de Advogados do Brasil (OAB-PE), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-PE), do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-PE) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PE), além de nove membros do grupo Direitos Urbanos, responsáveis pela mobilização contra o projeto do Consórcio Novo Recife.