Marina seria a vice ideal sonhada pelos presidenciáveis de oposição? A princípio, sim, levando-se em consideração o seu capital político da eleição passada, quando disputou o Planalto em faixa própria e arrastou 20 milhões de votos.
Surpreendentemente, a ex-senadora, que não conseguiu o registro da sua Rede de Sustentabilidade, aderiu ao socialismo, vestiu a camisa do PSB e se transformou na companheira de chapa de Eduardo Campos. O que se esperava do seu apoio e engajamento, a transferência dos seus votos, ainda não ocorreu.

Eleição é soma e isso não vem se dando na campanha do PSB. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o governador Geraldo Alckmin espera até hoje pela decisão do PSB, a quem reservou a vaga de vice na sua chapa de reeleição. Marina, entretanto, insiste com uma candidatura olímpica da Rede.
No Paraná, Eduardo perdeu o apoio da candidata do PP, senadora Ana Amélia, que lidera todas as pesquisas para governador e em Minas e Rio, segundo e terceiro maiores colégios eleitorais, o PSB não tem palanques competitivos, porque Marina também atrapalha. Não bastassem essas dificuldades, reportagem do jornal O Estado de São Paulo conclui que a aliança de Eduardo com a líder da Rede Sustentabilidade desagrada ao empresariado.
Segundo a publicação, parte dos 320 empresários que participou do 13º Fórum de Comandatuba, na Bahia, acredita que a figura de Marina inibe uma proposta clara de Eduardo para o segmento empresarial. O encontro reuniu nomes com Abílio Diniz, da BR Foods, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, e André Esteves, do BTG Pactual, e serviu como palanque da oposição.
Aécio e Eduardo responderam lado a lado a perguntas do público e de jornalistas. O tucano, informa o Estadão, saiu ovacionado pela plateia. Já o ex-governador de Pernambuco, que esteve o tempo todo acompanhado de Marina, teria tido uma recepção bem menos calorosa.
TUCANO MAIS LIVRE– Para o empresário João Doria, presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), entidade que organiza o fórum, Aécio foi mais “assertivo” nas propostas. “A sensação do empresariado é de que ele está mais livre para desenvolver suas plataformas de governo. Campos está um pouco inibido', disse, reforçando que, com Marina, o pernambucano toma muito cuidado no trato de certo temas para não feri-la ou contrariá-la.