Geraldo Lélis
Folha-PE
Quatro ônibus queimados e seis pessoas detidas. Esse é o saldo de um novo protesto realizado por trabalhadores ligados à Emtep, empresa que presta serviço de petróleo na PetroQuímica Suape. Eles reivindicam o pagamento de salários atrasados. De acordo com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, o setor de recursos humanos da empresa tentou negociar, prometendo o pagamento até a próxima segunda-feira (22), mas os manifestantes, que haviam bloqueado o trânsito na PE-09, causando congestionamento de 10 km também na PE-60, se negaram a aceitar.
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De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem de Pernambuco (Sintepav-PE), houve disparos de balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar o grupo. O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco controlou o fogo em seguida. “A polícia chegou como sempre, oprimindo o movimento, atirando com balas de festim, jogando bomba de gás, aí o pessoal se revoltou e tocou fogo no ônibus. Mas não foi todo mundo. Foi um grupo pequeno, que foi levado para a delegacia”, comentou Leodelson Bastos, diretor do Sintepav-PE.
A entidade divulgou nota afirmando que as ações realizadas no protesto desta segunda não tiveram a orientação do Sintepav-PE. “O sindicato segue firme na defesa dos direitos dos trabalhadores, utilizando-se sempre de meios pacíficos e da negociação como formas de assegurar o cumprimento da legislação e que já está tomando as providências necessárias junto ao Ministério Publico do Trabalho e ao poder Judiciário para assegurar que os trabalhadores da Emtep tenham os seus direitos respeitados”.
O trânsito começou a ser normalizado por volta das 11h30, com apenas o bloqueio das faixas onde estão os ônibus queimados. Segundo o tenente Carvalho, o Batalhão de Choque precisou agir para dispersar o grupo, pois o mesmo não apresentava uma liderança para negociar com a empresa. Segundo a Emtep, os trabalhadores que protestavam já haviam sido demitidos, e o prazo para pagamento da rescisão contratual é até 22 de maio.