Jorge Cavalcanti
JC Online
O governo do Estado fez o mea-culpa necessário e garantiu que vai regularizar o transporte para que os gêmeos Davi e Saulo (foto) possam ir do município de Paulista, onde moram, às necessárias sessões de fisioterapia no Imip, no Centro do Recife. A garantia foi dada ontem à coluna pelo secretário de Desenvolvimento Social em exercício, Paulo Moraes.
Davi e Saulo nasceram siameses, compartilhando o fígado e parte do diafragma. Superaram uma complexa cirurgia de mais de quatro horas de duração, em que raramente os dois resistem. Mas venceram. Por isso, não podem perder para a burocracia, lentidão ou ineficiência do poder público.
Agora, sabe-se que não foi só o governo que prometeu e não cumpriu. A Prefeitura de Paulista também tem parcela de (ir)responsabilidade no fato dos gêmeos estarem sem fisioterapia desde o dia 18 do mês passado, como mostrado neste espaço ontem, quando deveriam ir à consulta duas vezes por semana.

O contrato da empresa terceirizada com o município terminou e ninguém da prefeitura teve a consideração de comunicar à família e ao Estado que o serviço seria interrompido. Foram descompromissados. Em conversa com a coluna, o secretário de Saúde, Alberto Lima, garantiu ontem que a falha não iria ocorrer novamente.
Em casos assim, o ideal seria que cada gestor pensasse que o drama social, em vez de alheio, poderia ser seu. Duvido que iriam esquecer ou negligenciar.