Novas provas contra os acusados foram encontradas na casa do militar Paulo Malhães
Terra
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira, cinco
militares pela morte e ocultação do cadáver do ex-deputado Rubens Paiva durante
a ditadura militar. Rubens Paiva foi morto entre os dias 21 e 22 de janeiro de
1971. Segundo o MPF, o crime aconteceu no Destacamento de Operações de
Informações (DOI) do Exército, em um prédio dos fundos do Batalhão de Polícia do
Exército na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. Segundo o MPF, foram
encontradas provas na casa do militar Paulo Malhães - morto no dia 24 de abril,
em Nova Iguaçu, na baixada Fluminense - contra os acusados.
O
ex-comandante do DOI, general José Antônio Nogueira Belham e o ex-integrante do
CIE, coronel Rubens Paim Sampaio foram denunciados por homicídio triplamente
qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa armada. Por esses
crimes, eles podem pegar até 37 anos e seis meses de prisão. O MPF denunciou,
também, o coronel reformado Raymundo Ronaldo Campos e os militares Jurandyr
Ochsendorf e Souza e Jacy Ochsendorf e Souza de ocultação de cadáver, fraude
processual e associação criminosa armada. Eles podem pegar mais de dez anos de
prisão.
O MPF vai mostrar na tarde desta segunda-feira as novas provas contra os
acusados aos jornalistas. Para fazer a denúncia, o Ministério Público Federal
apresentou à Justiça documentos encontrados na casa do militar Paulo Malhães,
obtidas quatro dias depois de ele ser encontrado morto, após obtenção de ordem
judicial de busca. Na residência, foram achados documentos relacionados a Rubens
Paiva e aos denunciados.