NO VERMELHO, ARENAS DA COPA BUSCAM SAÍDAS PARA SEREM RENTÁVEIS DEPOIS DO TORNEIO

Antônio Assis
2 minute read
0
Bruno Winckler
iG São Paulo 
Os estádios reformados para a Copa do Mundo ainda não conseguem ser mantidos com as rendas que eles geram. Maracanã, Fonte Nova, Mineirão, estádios da Série A do Brasileirão que já existiam e foram modernizados para se adequar ao padrão Fifa, tiveram prejuízo no primeiro ano de operação de suas concessionárias. Mas há otimismo, apesar do cenário atual.
“A arrecadação com bilheteria gerou receitas para os clubes que atuaram nas arenas, No entanto, o valor arrecadado em 2013, primeiro ano de operação das arenas, não pagou os custos de manutenção”, diz a Odebrecht Properties, concessionária do Maracanã e da Fonte Nova, por meio de sua assessoria de imprensa. O Maracanã fechou 2013 com prejuízo de R$ 48 milhões e deve terminar 2014 com prejuízo de R$ 26 milhões.

As concessionárias insistem que nada podem fazer em relação aos preços abusivos dos ingressos. O jogo entre Flamengo e Cabofriense, por exemplo, pela semifinal do Campeonato Carioca, teve 9 mil presentes e ingresso médio a R$ 60. A final entre Vasco e Flamengo teve pouco mais de 20 mil pagantes. Para a concessionária do estádio, o desafio é fidelizar o torcedor e sua família.
“O conforto, a segurança, a limpeza e outros pontos elogiados pelo público em pesquisas realizadas já criam o hábito das pessoas de retornar várias vezes ao Maracanã. Hoje, temos mais famílias e mulheres frequentando o estádio, o que cria uma cultura de um passeio familiar que ampliará a média de público. A concessionária também realiza pesquisas para identificar outras atrações que o público gostaria de ter à disposição para aumentar o interesse por jogos menores”, comentou a Odebrecht Properties.
OUTROS EVENTOS
Por conta do grande número de jogos no estádio, há um limite para a realização de outros eventos, como shows, por exemplo. O Maracanã ganhará um museu do futebol, maior que o existente no Pacaembu, para atrair mais turistas. Não há previsão de lucro pelos próximos oito anos. A concessão tem 35 anos. Até lá, espera-se um retorno.
Há um entendimento entre os administradores dos novos estádios ouvidos pelo iG que o calendário do futebol brasileiro e o conteúdo oferecido pelos clubes durante a maior parte do ano não é suficiente para garantir estádios cheios sempre. Jogos dos campeonatos estaduais atraem cada vez menos pessoas. E os clubes insistem em manter os preços mais altos.
Estudo da Trevisan Escola de Negócios aponta que os dez maiores estádios europeus faturam cinco vezes mais que os dez maiores brasileiros. Em média, os jogos no Brasil têm 4,6 mil espectadores, um número baixo no país do futebol. A taxa de ocupação dos campeonatos nacionais foi de 39% no Brasil , frente a 95% na Inglaterra e na Alemanha.