Sintepe apresenta diagnóstico das escolas estaduais da Região Metropolitana do Recife

Antônio Assis
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Falta de professores, bibliotecas, quadras de esportes e laborátorios são alguns dos problemas identificados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Educação de Pernambuco (Sintepe) nas escolas da Região Metropolitana do Recife. O levantamento foi realizado por diretores e representantes setoriais durante os meses de fevereiro e março deste ano em 152 escolas da RMR e apontou que as unidades de ensino possuem graves problemas estruturais e pessoal.
Os professores de escolas públicas estão em greve nacional até quarta-feira (19). Os dados do diagnóstico foram apresentados na tarde desta segunda-feira (17) durante uma reunião com representantes do sindicato.
Quarenta e seis escolas apresentaram um déficit de 104 professores de 14 disciplinas diferentes. Faltam também esducadores de apoio, funcionários administrativos e 61 não possuem laborátorios de informática. O presidente do Sintepe, Heleno Araújo, disse que a falta de estrutura compromete o rendimento dos estudantes e o trabalho dos professores. "Nós não iniciamos o ano letivo com uma estrutura básica. O baixo rendimento dos estudantes apontados nas pesquisas feitas pelo governo não é culpa dos profissionais, mas da falta de investimento na educação", informou.
Cadeiras amontoadas foram encontradas na escola Valeriano Eugênio de Melo, em Beberibe, no Recife (Divugação Sindepe)

A professora aposentada e representante do Sintepe, Adenir Andrade, comentou que uma das escolas que chamou a atenção nas visitas foi a Escola Estadual Timbí, localizada no bairro de mesmo nome, na cidade de Camaragibe. As salas da unidade de ensino são feitas em PVC e não possuem ventilação. Outro problema é a pouca quantidade de banheiros. "As salas são um forno e acomodam mais de 30 alunos sem uma ventilação adequada. A escola tem apenas 2 banheiros para atender mais de 100 estudantes," comentou.
Quantitativo de EscolasProblemas%
150Faltam 104 professores de 14 disciplinas 
152Faltam 66 técnicos educacionais43,42
152Faltam 115 educadores de apoio75,65
135Faltam 146 funcionários administrativos 
137Faltam 5,850 bancas escolares 
15217 escolas têm problemas na cozinha11,18
152112 escolas têm problemas com a quadra de esportes73,68
15261 têm problemas com o laboratório de informática40,13
152110 têm problemas com o laboratório de ciências72,36
15276 escolas têm problemas com matérial didático 50
15241 escolas têm problemas na biblioteca 26,97
Heleno Araújo ainda denunciou que este ano os livros e os kits não chegaram suficientes para todas as escolas da Região Metropolitana. No Estado, a categoria pede reajuste salarial de 19%, enquanto a proposta do governo é de 8,32%. Além disso, pedem mais investimento na estrutura das unidades de ensino e a construção de uma Gerência Regional de Ensino MetroSul, na Cidade Universitária. Os professores também desejam mais agilidade nos processos de aposentadoria e concurso para compor o quadro, pois de acordo com o Sindepe existe um número muito alto de profissionais terceirizados e contratos temporários.
No segundo dia da greve, nesta terça-feira (18), a categoria pretende esclaracer a população sobre o motivo da paralisação. Já no último dia do movimento, representantes de Pernambuco vão para um ato público em Brasilia, na Praça dos Três Poderes.

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