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O crescimento econômico do Complexo Portuário de Suape não refletiu na melhoria da qualidade de vida dos moradores de Ipojuca, um dos municípios onde o Porto fica localizado. Pelo menos, é o que aponta um estudo divulgado nesta segunda-feira (17), pela Universidade Federal de Pernambuco. Intitulado por “Os sinuosos caminhos do desenvolvimento: desigualdade social e pobreza em Ipojuca”, o levantamento afirma que em 2010, a cidade registrou média de analfabetismo de 8,47%, acima do percentual da Região Metropolitana do Recife. Além de ter o segundo menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da RMR.

O pesquisador explica que Ipojuca foi o município com o maior crescimento no setor industrial. “Dos 14 municípios que compõem a RMR, Ipojuca, em 2010, apresentou relativamente o maior peso do setor industrial na composição do seu PIB (31,14%), simultaneamente, caminhou para um aumento populacional rural nos dez primeiros anos”, afirma.A pesquisa também aponta que Ipojuca apresenta a maior população rural ou de área periurbana da Região Metropolitana do Recife. Grande parte dessa população está concentrada em vilarejos, uma herança dos antigos engenhos de cana-de-açúcar, produto que significou, por séculos, o projeto econômico do município. Análise afirma que as desapropriações dos moradores da região onde foi construído o Complexo de Suape, é um dos principais motivos para o fenômeno. “Foram 17 comunidades em conflito aberto com a execução do projeto. Em um segundo momento, a especulação imobiliária e o aumento do custo de vida desencadearam uma reação de ‘êxodo urbano’, de forma que, enquanto a população urbana de Ipojuca cresceu 30% entre 2000 e 2012, a população rural seguiu constante”.