Pernambuco também tem a sua Crimeia

Antônio Assis
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Jailson da Paz
Diário de Pernambuco


Pernambuco tem sua Crimeia. Longe da Ásia, o nosso pedaço de terra também viveu dias tensos… e de ocupação, como na agora república autônoma da Rússia. Se junto ao Mar Negro, soldados russos desfilam para marcar território e expulsar as forças armadas da Ucrânia, aqui o território é reservado aos sem-terra desde 1996. Nos últimos 18 anos, 43 famílias de agricultores ganharam o direito de cultivar a terra, mas, na briga para lidar com as plantações, nunca souberam a origem do nome do lugar a que tem direito de explorar. Para os antigos sem-terra, à Crimeia pernambucana, localizada em Escada, Mata Sul, basta a antiga e ainda vigente denominação de engenho.

“Sempre ouvi dizer que esse lugar foi um engenho. Eu mesmo conheci a casa grande. Outra Crimeia deve ter invejado o nome daqui”, acredita a agricultora Iraci Maria da Silva José, 58 anos. Parteira por curiosidade, Iraci participou das três ocupações do engenho no primeiro semestre de 1996 e, recentemente, achou estranho telejornais citando outra Criméia. “Falam que essa é do outro lado do mundo”. Do outro mesmo. E foi de lá, uma república de tamanho inferior ao do estado de Alagoas, que partiu a inspiração para o surgimento do nome do engenho.


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