Berzoini, especialista em encrenca, é novo negociador de Dilma

Antônio Assis
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Christina Lemos

O currículo do novo ministro e extenso em matéria de experiência e sobressaltos. Ricardo Berzoini está entre aqueles petistas que não se assustam com pouco. Nem dão facilmente a cara a tapa. Ex-ministro de Lula na Previdência e no Trabalho, e ex-presidente do PT de 2007 a 2010, costuma se sentar e se levantar da cadeira que lhe indicam, disciplinadamente, sem titubear - homem de partido que é.

Foi assim que Berzoini deixou o ministério para voltar à Câmara, porque era preciso dar combate aos adversários – e era o que Lula queria. E de lá, virou presidente do PT, em momento crítico e crucial para sua corrente no partido. Elegeu-se em segundo turno e o conteve o racha na legenda.  Também voltou tranquilamente “à planície” – ao posto de simples deputado federal, mas com honrosa votação.

Bombeiro de todas as horas,  enfrentou ele mesmo incêndios antológicos, como a crise das filas e do recadastramento de aposentados do INSS, que lhe renderam o “Troféu Berzoini da Maldade” – prêmio criado pelo então senador  pernambucano  José Jorge,  que sempre manteve o raro dom de fazer oposição com bom humor.

Engoliu por tabela e em silêncio o título de “aloprado” – adjetivo pespegado pelo próprio Lula à turma que levou à lona a  Aloizio Mercadante, ao forjar um dossiê para complicar adversários tucanos.

Berzoini  submergiu quando era necessário e sobreviveu a estes e outros terremotos. É treinado no embate político. Não corre do confronto, mas raramente perde o controle ou bate abaixo da cintura. Especialista em encrenca, volta ao governo com uma das boas: a CPI da Petrobrás, que, não por acaso, deve ser lida no plenário do senado no mesmo dia em que ele assume o cargo de negociador político de Dilma – só que do outro lado da praça, no Palácio do Planalto.

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