Christina Lemos
O currículo do novo ministro e extenso em matéria de experiência e sobressaltos. Ricardo Berzoini está entre aqueles petistas que não se assustam com pouco. Nem dão facilmente a cara a tapa. Ex-ministro de Lula na Previdência e no Trabalho, e ex-presidente do PT de 2007 a 2010, costuma se sentar e se levantar da cadeira que lhe indicam, disciplinadamente, sem titubear - homem de partido que é.
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Bombeiro de todas as horas, enfrentou ele mesmo incêndios antológicos, como a crise das filas e do recadastramento de aposentados do INSS, que lhe renderam o “Troféu Berzoini da Maldade” – prêmio criado pelo então senador pernambucano José Jorge, que sempre manteve o raro dom de fazer oposição com bom humor.
Engoliu por tabela e em silêncio o título de “aloprado” – adjetivo pespegado pelo próprio Lula à turma que levou à lona a Aloizio Mercadante, ao forjar um dossiê para complicar adversários tucanos.
Berzoini submergiu quando era necessário e sobreviveu a estes e outros terremotos. É treinado no embate político. Não corre do confronto, mas raramente perde o controle ou bate abaixo da cintura. Especialista em encrenca, volta ao governo com uma das boas: a CPI da Petrobrás, que, não por acaso, deve ser lida no plenário do senado no mesmo dia em que ele assume o cargo de negociador político de Dilma – só que do outro lado da praça, no Palácio do Planalto.