Siemens está proibida de fechar contratos com poder público até 2018

Antônio Assis
0
Folha de São Paulo

A multinacional Siemens está proibida de fechar contratos com órgãos da administração pública até julho de 2018 em virtude de punição aplicada pela ECT (Empresa brasileira de Correios e Telégrafos) em processo administrativo. 

A penalidade de impedimento de contratar com o poder público por cinco anos foi determinada pelos Correios em 2009 sob a acusação de que a empresa alemã havia cometido fraudes em licitações da estatal em 2001 e 2004. 

A Siemens buscou a Justiça para derrubar a medida e obteve sucesso em 2010 e 2013, mas em janeiro último o TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região julgou válida a punição aplicada pelos Correios. 

Com o desconto dos períodos em que a punição esteve suspensa, a proibição vai até 26 de julho de 2018, de acordo com publicação da estatal no Diário Oficial da União. 

Em nota, a multinacional afirma que "está recorrendo da decisão" do TRF. 

"Uma proposta da Siemens de voluntariamente restringir seus negócios com a empresa por um período equivalente de tempo, que encerraria a disputa judicial, não foi aceita pela ECT", segundo a multinacional alemã. 

CARTEL 

Em julho de 2013, a Folha revelou que a multinacional delatou a autoridades antitruste a existência de um cartel em licitações para obras e serviços de manutenção do Metrô de São Paulo e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). 

Junto com outras empresas, a Siemens fraudou licitações de trens em São Paulo entre 1998 e 2008, em governos do PSDB. O alto escalão da companhia no Brasil sabia e aprovava o pagamento de propina a políticos e funcionários públicos para conquistar contratos, de acordo com o ex-diretor da multinacional alemã Everton Rheinheimer. 

A multinacional delatou o esquema para assegurar isenção caso o cartel seja condenado.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)