Sérgio Leite estreia na oposição prometendo cobrar do governo do estado

Antônio Assis
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Júlia Schiaffarino
Diàrio de Pernambuco

Com acusações de ingratidão por parte do PSB para com o governo federal e reivindicando a paternidade de obras executadas em Pernambuco nos últimos sete anos, o PT estreou na liderança da oposição na Assembleia Legislativa. “Pernambuco jamais seria o que é hoje se não fosse Lula. E Dilma foi responsável por muitos desses investimentos enquanto esteve no ministério e quando assumiu a presidência continuou com eles…Um governo que teve tantos investimentos não pode ser tão ingrato”, disse o novo líder da bancada, o deputado estadual Sérgio Leite (PT).
Ao anunciar a linha que seria adotada pela oposição a partir daquele momento, o petista prometeu apresentar dados para contrapor discursos do governador Eduardo Campos (PSB) em áreas como segurança pública, saúde e educação. “Precisamos esclarecer que muitas coisas que são colocadas aqui como um mero plano de marketing, como se aqui, em Pernambuco, fosse tudo um paraíso”, disparou. Em seguida, deu uma “amostra” do que havia falado fez críticas ao Pacto Pela Vida.

Sérgio Leite acusou o governo do estado de maquiar os números de homicídios. Ele citou uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que apresenta Pernambuco como o 5º estado com o maior número de mortes sem registros. “Setenta e cinco por cento dessas mortes homicídios. Só que isso não vai para as estatísticas do Pacto Pela  Vida. Ficam maquiadas. Mas não é só isso. Ainda tem os assaltos, os estupros…”
O discurso de Sérgio Leite durou mais de uma hora e foi permeado por apartes bem sincronizados. O único governista a falar foi o deputado estadual André Campos, que atualmente está no PSB, mas pertencia ao PT até meados de 2013. Campos questionou a postura de Sérgio Leite por ele, juntamente com o PT, ter pertencido à base da gestão socialista. “Vossa Excelência levou sete anos para descobrir esses defeitos”, ironizou. A resposta foi dada com a indicação de que as insatisfações pairavam na Casa, apesar da falta de pronunciamentos críticos. “Fui governo porque meu partido estava no governo, mas agora estou livre”, disse Leite.
A deputada estadual Tereza Leitão, que preside o PT em Pernambuco, também aparteou Sérgio Leite, e usou o tempo para responder o ex-correligionário. Para isso usou os versos do samba “Com que roupa?” de Noel Rosa. “O senhor, André Campos, vai de amarelo até agora, mas até ontem usava vermelho… Esse discurso da nova política é ruim por causa disso. O que o país precisa é da boa política, da transparência”. A série de apartes foi finalizada pelo democrata Maviael Cavalcanti que usou a tribuna para proferir apenas uma frase. “Agradeço a Deus porque a Assembleia ressuscitou”, disse em uma alusão à críticas de que os últimos quatro anos haviam sido marcado por debates mornos.

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