Presa no Texas, pernambucana Karla Janine irá responder processo em liberdade

Antônio Assis
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Domingos Sávio
Folha-PE

A pernambucana Karla Janine de Albuquerque, detida no Texas (EUA) após ser acusada de sequestrar a filha Amy enquanto fugia do ex-marido, passou a responder ao processo em liberdade nesta terça-feira (11). A liberdade da pernambucana foi possibilitada através de uma reavaliação do juiz para o pedido de transferência do processo, que iniciou e ainda se encontra no estado americano da Flórida, para o Texas. Segundo informações da família de Karla, o ex-marido da pernambucana, o americano Patrick Joseph Galvin, teria abusado de Amy.
A decisão que pôs Karla em liberdade foi tomada pelas autoridades consulares do Texas, através do apoio da diplomacia brasileira na Flórida. Nesta terça-feira (11), a mãe de Karla, a advogada e defensora pública Kátia Sarmento, participou de uma reunião com o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco para tratar do caso.
No entanto, antes da reunião, uma intercessão do corpo diplomático junto à Justiça norte-americana foi feita, e a solicitação para que Karla respondesse ao processo em liberdade formulada. Nos próximos dias, a OAB-PE ainda irá identificar um advogado apto a atuar "pro bono" (sem custos) no Estado da Flórida em defesa de Karla na ação criminal. Uma nova audiência do caso está programada para o dia 26 de março.

Em contato com o Portal FolhaPE, o presidente da OAB-PE, Pedro Henrique,  disse que a decisão da Justiça americana que possibilitou a liberdade provisória de Karla é importante, mas ainda não representa uma grande vitória.
"Foi apenas um primeiro passo, que só foi possível por conta da atuação do consulado brasileiro na Flórida. Karla se encontra em liberdade porque a Justiça da Flórida amenizou alguns processos jurídicos que eram atribuídos a ela. No entanto, o caso ainda continua e iremos trabalhar para que ela seja inocentada. A formação de advogados "pro bono" será importante para auxiliar não só Karla, como também brasileiros que estejam em situações semelhantes em outros países", contou. 
Pedro Henrique contou também que existem poucas chances da pernambucana voltar para o Brasil com sua filha. "Acredito que isso só possa ocorrer após o caso ser encerrado. Ao menos, Karla já poderá visitar sua filha no abrigo. No entanto, o pai da criança também terá o mesmo direito", disse.
Na tarde desta terça-feira, o Portal FolhaPE também tentou entrar em contato com a mãe de Karla Janine, Kátia Sarmento, mas a reportagem foi informada que ela estava em Brasília e havia deixado o aparelho celular no Recife. Isabelle Figueirôa, prima de Karla, informou que tomou conhecimento da liberdade da parente através da imprensa. Até a publicação desta matéria, ela não tinha mais informações sobre Karla.
Caso
Karla Janine foi presa no último dia 16 de janeiro, enquanto se deslocava da Flórida para o Texas em uma tentativa de fugir do ex-marido, o sex offender (pessoa que possui indícios de distúrbios sexuais) Patrick Joseph Galvin. Após prestar várias queixas contra o ex-marido e ter as denúncias arquivadas pela polícia americana, a pernambucana teria decidido fugir com a filha.
Em entrevista concedida no dia 26 de janeiro, Kátia Sarmento, mãe de Karla Janine, disse que os abusos praticados por Patrick aconteceram após ele receber autorização da Justiça americana para visitar afilha.  
“Durante um período, ele (Patrick Joseph Galvin) só podia ver minha neta com supervisão. Depois, visitas sem supervisão foram novamente liberadas. Ele levava a criança para a praia e praticava brincadeiras libidinosas”, contou.
Durante todo o tempo em que Karla Janine esteve presa, sua filha Amy permaneceu sob tutela do Governo americano em um abrigo do Texas e irá permanecer até o fim do julgamento.

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