Jamil Chade
O Estado de São Paulo
Módena (Itália) - Ex-diretor do Banco do Brasil condenado no julgamento do mensalão e preso na Itália depois de ficar quase três meses foragido, Henrique Pizzolato deve pedir nesta sexta-feira, 7, à Justiça do país europeu para ficar em casa até que seu processo de extradição seja concluído. Ele alegará que "não existe perigo de fuga".

Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no Brasil, se apresentará diante de autoridades de Bolonha, que decidirão se o petista poderá aguardar o processo de extradição em casa. Nesse caso, Pizzolato teria de usar uma pulseira eletrônica, a fim de não fugir.
Nessa quinta, 6, pela primeira vez, a polícia italiana deixou claro que existem "possibilidades legais concretas" de que Pizzolato seja extraditado para o Brasil, mesmo diante do fato de ele ter nacionalidade italiana. Uma decisão final, porém, será política. O Brasil tem 40 dias para apresentar o pedido de extradição.
Pizzolato foi preso na manhã de quarta-feira, 5, depois que a polícia recebeu informações de que ele poderia estar na casa de um sobrinho que vive em Maranello. O brasileiro está dividindo sua cela agora com outros dois detentos e aguarda um processo que promete ser longo.
Em audiência nesta sexta, os juízes de Bolonha darão o início formal ao caso. A decisão final sobre a devolução do condenado recai sobre o procurador de Bolonha. Se ele decidir recorrer da decisão, o caso então vai para a Corte de Cassação em Roma e, numa última instância, será o governo que tomará a decisão de extraditar ou não.