PRESIDENTE DILMA EXONERA SECRETÁRIO LIGADO A CAMPOS

Antônio Assis
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Pernambuco 247 - Conforme se aproxima a eleição presidencial, o clima entre PT e PSB em nível federal tende a se esquentar. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) exonerou Jenner Guimarães do cargo de secretário de Fundos Regionais e Incentivos Fiscais do Ministério da Integração Nacional. Detalhe: o técnico é ligado ao presidenciável e governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Assinado pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), pré-candidato ao governo do Paraná, o despacho foi publicado nesta terça-feira (7) do Diário Oficial da União.
Tendo em vista o projeto nacional do gestor pernambucano, o PSB deixou o governo federal, em setembro do ano passado. O partido ocupava dois cargos de alto escalão: o da Integração Nacional, sob o comando de Fernando Bezerra Coelho, cotado para se candidatar ao governo de Pernambuco, e o da Secretaria Especial dos Portos, com Leônidas Cristino (CE).

Outro nome de projeção nacional do PSB que entregou o cargo foi o vice-presidente do partido, Roberto Amaral. O dirigente era Conselheiro da Itaipu Binacional e de membro do Conselho Administrativo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Guimarães é funcionário de carreira do Banco do Nordeste (BNB) e já presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) na gestão de Campos. Quem assume o seu lugar, interinamente, é José Wanderley Uchoa Barreto, diretor do Departamento de Prospecção, Normas e Análise dos Fundos da mesma secretaria.
Anúncio de candidatura
Apesar de estarem no mesmo campo político visando à eleição presidencial, PSB e Rede Sustentabilidade ainda não chegaram a um consenso acerca da oficialização da candidatura de Campos ao Palácio do Planalto. A cúpula socialista quer que, até o fim deste mês ou, no máximo, em fevereiro a ex-ministra de Meio Ambiente Marina Silva (PSB) haja o anúncio de Marina como vice do governador.
No próximo dia 17, ocorre um encontro entre os principais integrantes da legenda socialista, para definir pendências, e preparar o anúncio da postulação de Campos, que, segundo alguns interlocutores, deverá ser antecipado. No entanto, a presença da ex-ministra não está confirmado, pois os membros da Rede afirmam o anúncio não pode acontecer antes do previsto.
"O calendário eleitoral não se sobrepõe às definições programáticas. Essa questão da vice ainda não está colocada", afirmou o deputado Walter Feldman (PSB-SP), aliado de Marina. Por sua vez, Amaral é favorável à antecipação do anúncio. "Não era do nosso interesse antecipar, mas isso é até mesmo uma vacina, um antídoto", disse. As declarações foram concedidas ao jornal Folha de S. Paulo.
Dentre as principais pendências entre PSB e Rede está a formação de um palanque no estado de São Paulo. Isso porque os redistas se recusam apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o que atenderia ao PSB paulista, e defendem chapa própria. Além disso, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), que tem uma relação amistosa com Marina, já manifestou sua posição contrária à aliança entre PSB e PSDB em Pernambuco. Segundo a parlamentar, a união entre as duas legendas significou falta de "coerência política" do seu partido.
Diante deste quadro, o vice-presidente do PSB afirmou que não há estremecimento na relação do PSB com a Rede. "É preciso encarar a nossa relação como a relação do PT com o PMDB (aliados no governo federal). São dois partidos. Podemos ter candidaturas diferentes nos Estados, já dissemos isso", declarou.

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