Estudantes de escola no Janga protestam contra a municipalização

Antônio Assis
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Danúbia Julião
Folha-PE

Alunos e funcionários da Escola Estadual São José, localizada na comunidade do Tururu, no bairro do Janga, em Paulista, promoveram uma mobilização na manhã desta segunda-feira (11). O ato foi uma resposta aos governos municipal e estadual, que tentam municipalizar a unidade de ensino. Com faixas, cartazes e embalados pelo som de alfaias, eles percorreram as ruas da comunidade. De acordo com alunos e funcionários, a municipalização vai deixar mais de 370 estudantes sem atendimento educacional em 2014.


Ainda segundo eles, não houve diálogo para a implantação do processo, além disso, todos podem ser prejudicados com a mudança. No processo de municipalização, a Escola São José do Tururu só vai abrigar as turmas de Ensino Fundamental I, ou seja, do 1º ao 5º ano (antiga 4ª série). Com isso, os alunos do Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º ano, serão relocados para duas escolas municipais distantes da comunidade, a Escola Municipal Miguel Arraes e a Escola Municipal Ministro Etelvino Lins.

A situação fica ainda mais complicada para os alunos de Ensino Médio. Na localidade existem outras duas unidades que poderiam abriga-los, a Escola Estadual José Manuel de Queiroz e Escola Técnica Estadual José Alencar Gomes da Silva, porém, ambas são de ensino integral. Com isso, os estudantes serão matriculados na Escola Estadual José Brasileiro Vila Nova, localizada no Conjunto Beira-mar, a 5 km de distância da comunidade do Tururu. Por se tratar de uma comunidade carente, os pais e responsáveis temem não ter condições de pagar a condução dos alunos para a unidade escolar.


A Escola Estadual São José possui ainda cerca de 20 alunos que recebem atendimento especial. Desde 2012, a unidade de ensino conta com uma sala multifuncional de atendimento educacional especial (AEE). Por conta da sala de AEE, a Escola São José, abriga ainda alunos da Escola Municipal Edson Gomes, que também estão ameaçados de perder o atendimento, caso essa unidade seja municipalizada.



Segundo os funcionários da Escola São José do Tururu, a mudança será prejudicial para o quadro de servidores. Muitos residem na própria comunidade e não foram informados para qual unidade de ensino serão relocados. Além disso, eles temem perder os benefícios adquiridos nos anos trabalhados na unidade de ensino, como a gratificação de “difícil acesso”, por conta da localização da escola.

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