Gabriela Lopes
JC Online
As obras paralisadas em Olinda entraram na agenda da oposição. Audiência pública realizada ontem na Câmara cobrou explicações do governo municipal. A cidade da Região Metropolitana do Recife é considerada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) como a líder de obras inacabadas em Pernambuco.
Com base em dados do TCE, do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Caixa Econômica Federal, o vereador Arlindo Siqueira (PSL), que convocou o encontro, listou pelo menos 14 obras da cidade que foram suspensas. Juntas, elas somam mais de R$ 20 milhões, dinheiro proveniente em grande parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal . A audiência, no entanto, focou apenas em cinco investimentos (veja quadro).
"Tem construção que mais de 70% da verba foi liberada e não tem nem 50% pronto", reclama.
Na sexta-feira (8), Arlindo Siqueira protocolou nos Tribunais de Contas e nos Ministérios Públicos um pedido de auditoria especial para investigar se os recursos foram realmente aplicados.
Segundo ele, o motivo de muitas obras atrasarem em Olinda é a desistência das construtoras, por causa da burocracia.
De acordo com a secretária municipal de Obras, Hilda Gomes, a maioria das construção paradas precisou fazer uma nova licitação. A obra do Canal da Malária, por exemplo, estava nas mãos da empreiteira Delta, alvo de um escândalo nacional de licitações direcionadas que veio à tona no ano passado. “A recomendação de fazer o destrato veio de cima”, argumentou a auxiliar do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), lembrando que a Controladoria-Geral da União (CGU) declarou a empresa inidônea.
Apesar de reconhecer as dificuldades, a secretária Hilda Gomes negou que há 14 obras suspensas na cidade.