Armando: 'PSB abandonou Dilma e deu costas a Lula'

Antônio Assis
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Pernambuco 247 - A unidade interna que aparentemente foi conseguida no PT pernambucano, após o acordo que evitou a realização de um segundo turno no Processo de Eleições Diretas (PED) para a escolha da direção estadual da legenda, fez com que o PTB, do senador e pré-candidato do Governo do Estado, Armando Monteiro Neto, elevasse o tom contra a administração do governador e potencial candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB). De acordo com Armando, o PSB foi o responsável por “abandonar o barco” do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e por “dar as costas ao presidente Lula”. O senador também disse que Campos foi o responsável pela quebra da unidade da Frente Popular, coalização de partidos que dão a base de sustentação do governo do PSB em Pernambuco e que Lula teria adiantado para ele que irá se engajar na campanha pernambucana.

Para o parlamentar, como a legislação prevê a reeleição, a saída do PSB da base governista seria uma espécie de abandono em relação a aliança que a legenda socialista mantinha com o PT. “Nós entendemos que, como estávamos na base de apoio da presidente, como ela temo direito que a legislação lhe assegura, de poder disputar a reeleição, não seria, a meu ver, próprio, que no meio do caminho pudéssemos pular do barco, abandonar a presidente Dilma, dar as costas ao presidente Lula, que tanto fez por Pernambuco. A partir daí vamos tomar caminhos distintos”, declarou Armando, segundo o Jornal do Commercio.

Com o PTB alinhado em nível nacional com o projeto de reeleição da presidente Dilma e com o PT enfraquecido em Pernambuco por conta da cizânia que permeou a legenda desde as últimas eleições municipais – algo que aparentemente foi equacionado somente na semana passada, após um acordo entre as diversas correntes internas do partido onde está prevista que a direção estadual seja exercida e divida o comando entre as duas tendências que disputariam o segundo turno  - o nome do senador tem ficado cada vez mais forte para encabeçar uma chapa majoritária tendo o apoio do PT.

Nesta direção, Armando tem mantido contatos frequentes com a direção nacional do PT, incluindo aí o ex-presidente Lula, com quem encontrou-se, em outubro, em São Paulo.  “Estive duas semanas atrás com o presidente Lula e ele me transmitiu que estará engajado na campanha em Pernambuco. Vai estar no Estado pedindo apoio do povo para garantir a reeleição da presidente Dilma. E tenho certeza de que vamos ter um palanque muito forte em Pernambuco”, assegurou.

Nos bastidores da política, comenta-se que caso o PT venha a forçar a mão e bancar uma candidatura própria ao Governo do Estado, a tendência é que a legenda venha apoiar o trabalhista em um eventual segundo turno. Caso o partido entenda que não seja possível lançar um candidato competitivo o suficiente para enfrentar uma candidatura indicada por Campos, as possibilidades de uma aliança com o PTB em nível estadual ainda no primeiro turno são bastante elevadas. Neste caso, o PT poderia ser agraciado com a vice na chapa encabeçada por Armando Monteiro.

Armando observa que a saída do PTB da Frente Popular não foi um movimento que partiu da legenda trabalhista. “O que ocorreu é que o PSB, que é o partido do governador Eduardo Campos e, portanto, liderava nossa aliança aqui, entendeu que deveria lançar uma candidatura à Presidência da república, o que eu considero um projeto legítimo. Com isso, a responsabilidade pela dissolução da Frente Popular não é nossa, é do PSB”, disparou o senador, em uma entrevista à rádios do interior.

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