Pernambuco 247 – Após anos de confusões e intrigas no PT pernambucano, membros do partido decidiram fechar um acordo para evitar um segundo turno do Processo de Eleição Direta (PED) no Estado. Representantes da candidata do Coletivo PT Militante, Teresa Leitão, e do candidato da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), Bruno Ribeiro, aceitaram dividir o mandato para a presidência da sigla em duas partes: em dezembro de 2013, Teresa deverá começar sua gestão, sendo substituída em 2016 por Bruno. O acordo é o primeiro passo para a união do PT no Estado e pode significar o começo do fim da cizânia que corrói a legenda desde 2012.
De acordo com petistas, as principais lideranças da sigla em Pernambuco se reuniram para negociar o acordo a fim de evitar mais desgaste – considerando o reduto eleitoral do governador Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência da República. A presença do senador Humberto Costa (PT-PE), do deputado federal João Paulo (PT-PE), do ex-prefeito do Recife, João da Costa (PT) e do presidente do PT na capital, Oscar Barreto (PT), no mesmo ambiente para discutir uma unificação para a legenda seria o primeiro passo para uma estabilização do partido.
O PED era um dos assuntos que mais causava discordância entre os líderes pernambucanos. Por apoiarem candidatos diferentes, a dupla João Paulo e Humberto Costa não conseguia se entender com João da Costa e Oscar Barreto, fragilizando a sigla e pondo em risco um palanque fortificado para a presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais de 2014. Entretanto, o revezamento de Teresa e Bruno na administração da legenda em Pernambuco – modo de gestão nunca antes realizado no Estado – deve começar a sanar as desavenças e unificar o partido em prol da candidatura de Dilma à reeleição.
A briga dentro do PT se estendia desde as eleições municipais de 2012, quando o então prefeito do Recife, João da Costa, quis se candidatar à reeleição, contrariando interesses do senador Humberto e de João Paulo. Os dois últimos lançaram uma candidatura paralela para enfrentar a de João da Costa nas prévias do partido, gerando desunião e brigas internas. A chapa que acabou sendo oficializada, com Humberto Costa e João Paulo, perdeu as eleições na capital, amargurando um terceiro lugar e quase dois anos de desentendimentos e desunião.