Desafio triplo na saúde

Antônio Assis
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Marina Barbosa
JC Online

O complexo hospitalar da Universidade de Pernambuco (UPE) tem novo superintendente. O cirurgião cardíaco Ricardo Lima foi eleito pelo conselho universitário para o cargo com a missão de resolver velhos problemas das unidades que compõem o integrado: Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) e Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape). Superlotação, déficit de médicos, baixo financiamento e problemas estruturais atingem até o Procape, mais novo integrante do complexo. A unidade sofre com falta de pessoal e alta demanda. Pacientes se acumulam em macas e cadeiras ao longo dos corredores da emergência.
Com sete anos de funcionamento, o Procape é referência no tratamento cardiovascular do Estado. Por dia, cerca de 80 pessoas dão entrada na emergência. A ala conta com apenas 33 leitos. Funciona constantemente acima da sua capacidade. Macas e poltronas tomam conta dos corredores. Leitos improvisados ficam colados uns aos outros, sem espaço ou privacidade entre os pacientes. Muitos ainda têm que esperar dias por um exame ou um quarto.
O estampador Joaci Alves, 58 anos, por exemplo, sofreu um infarto e, em uma cadeira reclinável, espera há dois dias por um cateterismo. Na quinta, estava em jejum há 12 horas aguardando o exame. “Ontem não tinha vaga, por isso tive que esperar. Não posso dizer que o atendimento é ruim, mas a estrutura é. Como podemos ficar 48 horas sentados em uma cadeira depois de um infarto? E essa cadeira está quebrada, é desconfortável”, revelou.

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