Após discussão, vereador do Recife diz que foi "banido" da base governista

Antônio Assis
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Diário de Pernambuco

O diálogo entre os vereadores do Recife e o Executivo não anda nada fácil. Em menos de 30 dias, duas discussões sérias foram registradas entre membros da Casa e o secretário municipal de Articulação de Governo, Fred Oliveira. A mais recente ocorreu após cobranças sobre ações da prefeitura. Em reunião tensa, o secretário chegou a dizer ao vereador Marco di Bria (PTdoB) que ele não poderia mais cobrar, já que não faz mais parte da base de sustentação do governo de Geraldo Julio (PSB). A notícia da “expulsão” fez o vereador procurar o líder governista, Gilberto Alves (PTN), e o secretário de Governo e Participação Popular, Sileno Guedes, para saber se esta era uma decisão do governo, mas foi tranquilizado com a negativa dos dois.


Questionado sobre o desentendimento ocorrido, Bria confirmou, mas fez questão de explicar que nenhum ato que tenha feito justificaria ser colocado para aumentar a bancada de oposição. “Quais são minhas atitudes de oposicionistas. Aprovar todos os projetos que o governo manda? Não tem sentido, ele (Fred Oliveira) falou por ele e não pelo governo e eu já confirmei isso”, disse.

O líder do governo tentou amenizar o episódio. Disse que, “no calor das emoções”, o que o secretário pode ter dito que a cobrança pareceu de oposição, mas nada tão sério. “Às vezes, em tom de brincadeira, dizemos: tá mudando de lado? Mas não desejando que o outro vá, claro que não”, explicou Gilberto Alves, garantindo que a bancada governista continua composta por 35 dos 39 vereadores.


O primeiro desentendimento entre o secretário e os vereadores envolveu o presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB). O caso ocorreu no dia 12 de agosto e ainda repercute mal na Casa. A confusão começou a partir das divergências sobre a exposição que a ocupação da Câmara por manifestantes causou para a Prefeitura do Recife e a própria Câmara e quase chegou às vias de fato. Fred Oliviera teria dado um empurrão em Vicente durante uma discussão acalorada. Muitos, em reserva, consideram que se tratou de uma “afronta” à Casa Legislativa e que o papel de “apaziguador” não está sendo cumprido pelo secretário. Na época, Oliveira confirmou o desentendimento. Em relação ao caso mais recente, o secretário foi procurado, mas não atendeu e nem retornou as ligações.

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