Rosália Rangel
Diário de Pernambuco
O governador Eduardo Campos (PSB) dedicou dois dias da agenda para circular no estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país. Nesta segunda-feira (26), o socialista falou para um grupo de empresários interessados em saber se ele será mesmo candidato à Presidência da República em 2014.
Na terça-feira (27), segundo dia de sua agenda na capital paulista, Eduardo irá participar do Salão Nacional de Agricultura e fará palestra na 11ª edição do Fórum Internacional Santos Export. O governador também grava entrevista para o Programa do Ratinho, no SBT, que deverá ir ao ar na quinta-feira (29), a partir das 20h30.
Apesar da curiosidade dos participantes do Seminário Diálogos Políticos, organizado ONG Raps (Rede de Ação Política Sustentabilidade), o governador optou por manter o mistério sobre sua decisão. Pouco conhecido nas regiões Sul e Sudeste, Eduardo foi questionado pelos empresários sobre o que deveria fazer um político nordestino, com pretensões de concorrer à sucessão presidencial para reverter essa situação, e aí ele resumiu: “vindo para cá”.
O evento desta segunda-feira foi organizado pelo empresário Guilherme Leal, fundador da ONG Raps e ex-candidato a vice na chapa de Marina Silva (sem partido), na campanha de 2010. Segundo os organizadores, o convite feito a Eduardo não significa declaração de apoio a uma eventual candidatura do socialista. Até porque, afirmaram depois do encontro, a instituição é apartidária e que outros presidenciáveis também foram convidados (Maria Silva e o senador Aécio Neves/PSDB), de quem aguardam confirmação.
Na conversa com os empresários, de acordo com relatos de participantes, o governador falou sobre o atual cenário brasileiro e as perspectivas para o futuro, mas evitou críticas diretas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O socialista disse que a população tomou as ruas porque percebeu que se instalou no país um crise de liderança. Eduardo fez críticas ao Mercosul e ponderou que o país precisa buscar outra alternativa ao bloco.