Blog da Folha
Principal defensor do recente pacote ético aprovado pela Câmara do Recife, o presidente da Casa , Vicente André Gomes (PSB), declarou, nesta sexta-feira (5), em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, que não é a favor do fim do recesso no meio do ano para os parlamentares. Ao contrário da maioria dos trabalhadores brasileiros, as atividades deles são interrompidas duas vezes ao ano o que, muitas vezes, atrasa as votações e encaminhamentos de matérias importantes. Na última quinta-feira (4), o deputado federal João Paulo (PT), defendeu a suspensão do recesso para que o Congresso conseguisse votar a Reforma Política.
“Primeiro a gente faz uma confusãozinha, não é? Trabalhador é trabalhador, representante do povo é representante do povo. O trabalhador trabalha oito horas. O parlamentar, se for necessário, passa muito mais de oito horas trabalhando. Agora mesmo nessa matéria, chegamos na Câmara e teve dias da gente passar mais de dez horas para votar matéria. O Congresso Nacional também faz isso. E são computadas horas de discussão política, que são exaustivas. Só sabe quem faz isso. Quem dá parecer sobre questões jurídicas, quem dá parecer sobre orçamento. Isso é cansativo”, afirmou.
O socialista avalia a proposta de João Paulo como “extremamente positiva”. “Não é acabar o recesso. Acho que é importante ser convocada extraordinária para poder votar as matérias e adiantar a pauta para que não haja necessidade de ocorrer interrupção no processo que é importantíssimo para a sociedade que é a Reforma Política. Eu acho que João Paulo está correto”, disse.
No entanto, ele alegou que acabar o recesso, é “draconiano”. Para ele, se houver necessidade, existe a “válvula escapatória da convocação extraordinária” e por isso acha que não deve acabar o recesso.