Sem acordo durante audiência, greve dos rodoviários será mantida nesta terça-feira

Antônio Assis
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Marcílio Albuquerque, com informações de Eduarda Feitosa e Ivson Menezes
Folha-PE

A audiência de conciliação entre rodoviários e patrões, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que teve início no final da tarde desta segunda-feira (1º) terminou por volta das 23h, sem nenhum acordo entre a categoria. Contudo, nesta terça-feira (2), deverá ser julgado o dissídio coletivo e a legalidade da greve. Durante a reunião, um clima tenso foi instaurado e uma parte dos trabalhadores se posicionou em frente ao prédio, localizado no Bairro do Recife, e ao som de gritos e palavras de ordem, tentaram intervir o andamento das atividades. O objetivo do encontro era o de tentar encerrar a greve dos motoristas, fiscais e cobradores, iniciada desde a madrugada. 
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Patrício Magalhães, foi recebido ao som de fortes vaias pelos representantes da categoria, que exigem seu imediato afastamento da entidade. O grupo segue com as acusações de que o atual gestor exerceria algum tipo de acordo com a classe patronal, fazendo com que as reivindicações não fossem atendidas. Os brados de “Fora Patrício” que soaram à exaustão, sinalizam o extremo enfraquecimento da liderança sindical.

À frente do movimento intitulado de Oposição Rodoviária de Verdade, o motorista Aldo Lima, afirmou que 30% da frota dos coletivos já voltaram a circular e que o restante dos carros deve retornar às garagens. “Nossa reivindicação é pacífica e visa à garantia de melhorias para a nossa categoria. A porcentagem de carros nas ruas (80%) que nos foi exigida, não conseguiria demonstrar a nossa extrema insatisfação”, afirmou. Os rodoviários pedem 33% de aumento salarial. A oferta das empresas, no entanto, é de apenas 3%.
O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE) solicitou que o TRT declare abusiva a greve. A entidade patronal pede ainda que, caso o Tribunal decida pela abusividade do movimento grevista, as empresas não paguem os dias parados e que seja estabelecida multa diária de R$ 100 mil se os empregados não retornarem imediatamente ao trabalho, bem como o cancelamento das cláusulas ainda pendentes de conciliação.
Segundo o desembargador Pedro Paulo Pereira, que conversou com os representantes dos sindicatos trabalhista e patronal. "A melhor solução para um conflito é sempre o acordo". 

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