Filipe Barros
Diário de Pernambuco
Após extinguir o Orçamento Participativo (OP) nos moldes petista, como vigorou na última década no Recife, a gestão Geraldo Julio (PSB) se comprometeu em anunciar, ainda na primeira quinzena de agosto, as novas diretrizes do programa. De acordo com a assessoria do secretário de Governo municipal, Sileno Guedes (PSB), haverá uma última reunião com os atuais delegados do OP, que inclusive foi adiada do último sábado (20) para a próxima segunda-feira (29), no bairro do Ibura, para então a equipe do prefeito Geraldo Julio fazer uma análise do que foi discutido nos últimos meses e apresentar o modelo socialista de participação popular.
Este novo formato seguirá moldes completamente diferentes do Orçamento Participativo, lançado em 2001 pelo então prefeito João Paulo (PT). Na verdade, espelha-se no modelo adotado pelo governador Eduardo Campos (PSB) no estado, denominado de Todos por Pernambuco. Essa participação popular com cara socialista prevê, entre outros pontos, a realização de fóruns abertos com a presença de movimentos sociais, entidades civis e lideranças políticas. Os delegados poderão participar, mas terão o poder de representação esvaziado. A palavra deles, como já afirmou Sileno Guedes, terá a mesma importância de qualquer outro cidadão.
Outra mudança significativa é que não haverá eleição para a realização de novas obras nas comunidades, como aconteceu nos últimos 12 anos. Geraldo Julio, que ontem lançou o projeto Recife 500 anos, optou por dar seguimento às obras pendentes, votadas pelo OP desde 2006 - um total de 1.045. Porém, ainda não se sabe quantas destas realmente saíram do papel. Certo mesmo é que apenas 181 possuem projetos básicos e executivos elaborados e podem ser iniciadas neste ano.