Bruna Serra
JC Online
Longe do Recife para evitar as manifestações do Dia Nacional de Lutas, o governador Eduardo Campos (PSB) foi surpreendido com uma série de protestos ao longo de sua passagem pelo Sertão Central, ontem. Já na primeira atividade, a assinatura da ordem de serviço para restauro da PE-507, no município de Serrita, Eduardo deparou-se com o bloqueio da BR-116 capitaneado pela Associação Quilombola de Conceição das Crioulas. No local, pneus foram queimados.
O asfaltamento da PE-460 é a principal reivindicação da associação. Com o bloqueio, caminhoneiros foram obrigados a estacionar nos postos de combustíveis do entorno da cidade até que a pista fosse desobstruída por intermediação da Política Militar.
O grupo de Conceição das Crioulas tem entre as reivindicações a melhoria do transporte escolar, a revitalização dos açudes, a perfuração de mais poços artesianos e cacimbas, bem como o aumento no abastecimento por carros pipas e a maior celeridade na marcação de consultas nos postos de saúde.
O bairro da Cohab, no município de Salgueiro, foi o segundo ponto de protesto enfrentado pelo socialista com o bloqueio da BR-232, na saída para o município de Parnamirim. Um congestionamento de aproximadamente três quilômetros se formou no local, nos dois sentidos e os veículos ficaram impedidos de trafegar em trechos importantes da rodovia federal.
A bandeira da ação planejada em Salgueiro é principalmente pela melhoria no abastecimento de água, já que a cidade enfrenta frequentes problemas de distribuição com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). A organização do movimento no município foi de moradores dos bairros Cohab, Primavera e Novo Horizonte.
De acordo com o blog Alvinho Patriota, de Salgueiro, representantes do governo foram ao local negociar a liberação da rodovia. A rádio Vida FM informou que o governador convidou uma comissão do movimento, composta por quatro pessoas, para conversar sobre as reivindicações. Eduardo recebeu a pauta com os pleitos.
Funcionários do Hospital Regional de Salgueiro também paralisaram as atividades reivindicando aumento nos salários. A manifestação intitulada “Grito da Saúde” foi organizada pelas ONGs Cidadãos do Bem e Radar.