
Na avaliação de Augusto Coutinho, a presidente Dilma apresentou a proposta não por boas intenções, mas sim porque ficou perturbada com a onde de protestos que tomaram conta das ruas. “Primeiro, veio com a saída da constituinte específica, um erro grave. Depois, ela veio com a questão do plebiscito, que eu acho que é uma questão equivocada para se implementar em 2014”, disse. “É um assunto que é importante discutir muito, mas não se pode fazer de uma forma equivocada em 30 dias para fazer um plebiscito e se colocar para votar para a eleição de 2014. Pode sair muito pior do que está hoje”, declarou.
Por sua vez, o deputado Sílvio Costa afirmou que não há necessidade de se fazer uma reforma política no momento. “Nós precisamos reformar parte da classe política”, avaliou. De acordo com o parlamentar, as reformas mais importantes são as da Previdência e trabalhista.
O petebista foi mais fundo nas críticas à presidente Dilma ao dizer que o projeto de reforma política apresentado por ela teve como finalidade “desviar a conversa”. Ou seja, segundo o congressista, a chefe do Executivo federal quis amenizar a avalanche de protestos que ainda ocorrem no país, em meio à queda de 27 pontos percentuais na aprovação do seu governo, conforme pesquisa do Datafolha, divulgada no último dia 29.
“Ela sabia que o Congresso jamais iria aprovar um plebiscito. Plebiscito não passa. Eu acho que ela fez política”, disparou Sílvio Costa. Conforme o deputado, cada parlamentar do Congresso Nacional tem o seu próprio modo de fazer reforma e o plebiscito não está dentre as principais reivindicações da sociedade. “A agenda das pessoas é outra, é mais educação, mais saúde, mais emprego, mais segurança, não é a reforma política. Dilma fez política”, acrescentou. O congressista , ainda, que a presidente precisa ter um articulação mais eficiente juntos aos seus aliados.