A semana de Eduardo

Antônio Assis
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Leonardo Attuch
Istoé

No momento em que praticamente todos os políticos estão colhendo os frutos – ou melhor, as pedras – da insatisfação popular, um deles escapou ileso. O pernambucano Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, foi apontado pela pesquisa CNI/Ibope como o melhor governador do Brasil, aos olhos do povo a quem governa. Hoje, 58% dos pernambucanos apontam sua administração como ótima ou boa, o que não é pouco, quando se percebe que outros nomes também reeleitos com facilidade caíram abruptamente.

A pesquisa CNI/Ibope deu a Eduardo Campos uma marca importante: a de “melhor governador do Brasil”, que o empurra para o jogo presidencial de 2014. Se havia dúvidas sobre se ele conseguiria ou não sustentar sua candidatura até lá, elas foram dissipadas. Campos tem uma marca que poderá ser bem trabalhada e uma ambição política que não permitirá a ele se contentar com candidaturas menores ou mesmo com uma vaga de vice numa nova composição com o PT, seja com Dilma, seja com Lula.
Antes mesmo que a pesquisa fosse divulgada, o pernambucano agiu como presidenciável. Afastou do comando do PSB em Minas Gerais o político Walfrido dos Mares Guia, que consegue ser ao mesmo tempo aecista e dilmista, e impôs ao diretório regional o nome do deputado Júlio Delgado (PSB/MG), um de seus fiéis escudeiros. Além disso, praticamente determinou a candidatura de Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte, ao governo de Minas, para que tenha um palanque forte no segundo maior colégio eleitoral do País. Detalhe: Lacerda foi reeleito prefeito com apoio decisivo de Aécio, e não de Campos, que, em 2012, poderia sacrificá-lo numa composição com o PT.

No plano das coligações, ele também se aproximou do PDT. Ao que consta, ofereceu a vice, na sua chapa, ao ex-senador paranaense Osmar Dias e também prometeu apoio do PSB a candidatos do PDT em diversas disputas regionais.

O movimento mais importante, porém, foi uma declaração relacionada à eventual substituição de Dilma por Lula. Segundo Campos, o “Volta, Lula” seria um “atestado de incompetência”, fechando a torneira de boatos sobre sua participação numa conspiração pelo retorno do ex-presidente.

De agora, em diante, o que deve vir do PSB são posições cada vez mais parecidas com a do governador Ricardo Coutinho, da Paraíba, que sempre se colocou favorável à candidatura Campos, e menos com as dos irmãos Gomes, no Ceará, que sabotam esse projeto, ou daqueles, como Renato Casagrande, no Espírito Santo, que ficam em cima do muro. O próximo passo do candidatíssimo Eduardo é a arrumação interna no PSB. Em seguida, a construção da campanha. 

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