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O secretário da Administração da Prefeitura de Recife, Marconi Muzzio, avisou os servidores que se a greve deflagrada na última terça-feira não for suspensa o governo municipal também vai travar as negociações. "Não vamos negociar com categoria em greve", disse o secretário em matéria no Blog da Folha.
Acabou sem sucesso nesta sexta-feira a terceira rodada de negociação entre o Executivo municipal e os servidores públicos. A contraproposta do governo foi de repor a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 6,49%, a partir de novembro, mas o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos da Administração Direta e Indireta da Prefeitura do Recife (Sindsepre) não aceitou.
"Estávamos analisando a proposta e isso não condiz com o comportamento de greve, que é um instrumento legítimo, mas só deve ser utilizado em dois momentos: quando se esgota a negociação e/ou quando não se tem canais de diálogos. Nenhum dos dois cabe aqui, pois estamos sendo bem flexíveis. Não foi o esperado e não é uma relação equilibrada", criticou Muzzio.
O percentual proposto, de acordo com o secretário, foi baseado em cálculos em cima das estimativas para a receita municipal, previstas para este ano. Como a categoria já sinalizou, no encontro de ontem, que o percentual não é satisfatório, Marconi Muzzio afirmou que a conversa agora será levada a outro patamar.
"Vamos optar por um calendário de negociações setoriais, que pode começar já na segunda-feira, caso a greve seja cancelada", avisou. "Aqui os percentuais serão discutidos caso a caso, assim como as outras questões da pauta. Vamos renegociar os patamares, que podem aumentar ou diminuir, tendo em vista que tudo é uma conta matemática".
Na pauta de reivindicações dos trabalhadores estão reajuste salarial de 19,32%; vale-refeição diário de R$ 22,25; pagamento em dinheiro do vale-transporte; e a equivalência dos pisos ao salário mínimo. As alterações seriam retroativas a 1º de maio, data-base da categoria.