Itaipava fecha contrato de naming rights com a Arena Pernambuco

Antônio Assis
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Por Thiago Wagner, do Blog do Torcedor

Em coletiva na manhã desta segunda-feira, em um hotel, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, o Consórcio Odebrecht, responsável pela obra da Arena Pernambuco, confirmou a parceria com o Grupo Petrópolis, segunda maior companhia cervejeira do País, para cessão do nome do estádio localizado em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife. A partir de agora a arena se chamará Itaipava Arena Pernambuco.

O modelo de patrocínio é chamado naming rights e é utilizado ao redor do mundo em locais como a Allianz Arena, estádio do Bayern de Munique, da Alemanha. Este é o segundo estádio de Copa do Mundo que o grupo Petrópolis adquiriu os direitos de explorar o nome. O primeiro foi a Fonte Nova, na Bahia. O estádio baiano se chama Itaipava Arena Fonte Nova.
O objetivo de adquirir o nome de dois estádios nordestinos tem um sentido. A Petrópolis quer ampliar o mercado na região. Quer passar dos atuais 0,5% para 15% em dois anos.

O fato curioso é que um grupo cervejeiro irá patrocinar uma arena de futebol em um estado em que o consumo de bebidas alcoólicas é proibido dentro dos estádios. O veto, porém, não assusta os novos investidores. O argumento é que há outras maneiras de explorar a marca sem ser através de uma partida de futebol. "Temos outros produtos e vamos investir na geração de conteúdo", disse o diretor de mercado do grupo, Douglas Costa, lembrando que durante eventos como shows, por exemplo, será permitido o consumo de bebidas alcoólicas.

O diretor de mercado aproveitou o momento em que se falava da proibição do álcool nos estádios para alfinetar meio que sem querer (ou não) a lei em vigor sobre o assunto. "É uma decisão muito mais política que traz problemas na gestão de torcidas, pois o torcedor fica bebendo muito até o último momento de entrar no local do evento. Há também o contrabando de bebidas para dentro", declarou.

O veto do uso da marca Itaipava durantes os dois eventos Fifa (Copa das Confederações e Copa do Mundo) também não inibe o grupo Petrópolis. "A Copa do Mundo dura um mês. Temos dez anos para explorar o estádio", afirmou Costa.

Todo o espaço de publicidade externo foi cedido ao grupo, enquanto que 60% do espaço interno foi adquirido. A Petrópolis irá explorar a arena comercialmente durante dez anos em um contrato no valor de R$ 100 milhões. A única exceção de utilização da marca Itaipava será durante a Copa das Confederações deste ano e a Copa do Mundo do ano que vem. Devido a isso, há toda uma estratégia de colocação das marcas neste momento para que não entre em conflito com os patrocinadores da Fifa, principalmente a Budweiser.

Além de patrocinar o estádio em São Lourenço da Mata, o Grupo Petrópolis também estuda a possibilidade de ampliar o investimento para os campeonatos na Bahia e em Pernambuco assim como os clubes dos dois estados

ARENA - A venda do naming rights foi vista com bons olhos para a Odebrecht. Segundo o presidente da Itaipava Arena Pernambuco, Sinval Andrade, é um sinal de que o investimento vai ser sustentável. "Estamos dando um passo importante para a operação do estádio", explicou. O naming rights é apenas um dos quatro grandes pacotes de publicidade que a Arena Pernambuco possui. Há ainda outros espaços menores para serem vendidos.

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