Direção tenta reunificar o PT em Pernambuco

Antônio Assis
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PE247 – Tentar unir o PT de Pernambuco. Foi com este objetivo que o deputado federal e secretário-geral do PT, Paulo Teixeira, chegou ao Recife, nesta segunda-feira (27), para uma reunião com petistas ligados às alas do senador Humberto Costa e dos deputados federais João Paulo e Pedro Eugênio, este último presidente do partido no Estado. À tarde, a agenda será com os aqueles que apoiam o ex-prefeito João da Costa. A busca pela união interna também faz parte da estratégia do PT nacional de formar um palanque forte, sem rusgas em Pernambuco para fortalecer a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), que pode ter como um dos seus adversários o governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), hoje aliado da chefe do Executivo federal.

A desunião do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco vem desde o começo do Governo João da Costa (2009-2013) à frente da Prefeitura do Recife (PCR). O então prefeito e o seu antecessor, João Paulo, se desentenderam e os motivos da briga, até hoje, não foram totalmente esclarecidos. Na eleição municipal do ano passado, o racha interno entre as duas alas aumentou, uma vez que João da Costa foi impedido de disputar a reeleição.

Como não havia consenso sobre quem seria o candidato do PT no Recife, decidiu-se realizar uma prévia partidária entre João da Costa e o então deputado federal Maurício Rands, que tinha o apoio do governador Eduardo Campos, do senador Humberto Costa e de João Paulo. O clima estava cada vez mais intenso, chegando a ataques pessoais. Também houve denúncias de fraudes que teriam favorecido João da Costa.

A Direção Nacional do PT cancelou a disputa sob o argumento de que a crise política pela qual passava a legenda colocaria em risco as chances de vitória do PT e resolveu lançar o senador Humberto Costa como postulante. Com o objetivo de assegurar uma vitória do partido na eleição, o ex-prefeito João Paulo foi o vice na chapa petista, já que tinha deixado a prefeitura com quase 90% de popularidade, segundo pesquisas oficiais. 

Curiosamente, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o secretário-geral da legenda, Elói Pietá, e o secretário de Comunicação, Paulo Frateschi, forma acusados de terem beneficiado a ala de Humberto Costa. De todo modo, o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio (PSB), indicado pelo governador Eduardo Campos, foi eleito no primeiro turno e acabou com os 12 anos do PT sob o comando da prefeitura do Recife.

A vinda de Paulo Teixeira à capital pernambucana também tem a ver com o Processo de Eleições Diretas (PED), pois o dirigente pretende se candidatar a presidente nacional do PT. O seu desembarque no Recife foi fruto de um consenso entre as lideranças nacionais e estaduais da legenda.

Mas o principal objetivo continua sendo o da união intrapartidária. O fato é que, passada a eleição municipal 2012, o PT de Pernambuco não conseguiu, sequer, realizar uma reunião por conta das dissidências. Até na comemoração dos 33 anos da legenda, em março deste ano, houve briga entre as alas de João Paulo e de João da Costa, o que levou o secretário de Habitação no Recife, Eduardo Granja, a chamar de “frouxo” o presidente estadual da sigla,

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