Após meses de negociações mediadas pela União Europeia, dirigentes da Sérvia e Kosovo chegaram nesta sexta-feira (19/04) a um acordo para normalizar as relações entre os dois países. O anúncio – considerado histórico pela comunidade internacional – foi anunciado pelo primeiro-ministro kosovar, Hashem Thaçi.
Segundo a negociadora do bloco europeu, Catherine Ashton, o acordo revelou "determinação" dos primeiros-ministros da Sérvia, Ivica Dacic, e do Kosovo, Hashim Thaçi, para solucionar o conflito. "Este é o começo de uma nova era. O que estamos vendo é um passo para fora do passado. E, para ambos, é um passo em direção à Europa", disse a chefe de política externa da União Europeia.
Em entrevista coletiva, Hashim Thaçi reconheceu que "não foi fácil" chegar ao acordo e que "haverá pessoas em ambos os lados que não ficarão muito felizes", mas defendeu que o pacto é "a melhor solução possível para nosso país, para a Sérvia e para a União Europeia".
Agência Efe
O acordo estabelece autonomia para as comunidades sérvias do norte do Kosovo, que contarão com seu próprio chefe de polícia e órgãos judiciais, segundo explicaram fontes sérvias. As novas medidas necessitam, no entanto, ser confirmadas pelas autoridades das duas nações.
Alguns termos do acordo ainda não foram divulgados, mas, segundo informações da Agência Efe, o documento parece reconhecer a autoridade do Kosovo sobre o norte do país, habitado predominantemente por população de etnia sérvia.
O Kosovo, uma ex-província da Sérvia, declarou independência do país em 2008. Nos últimos anos, o governo sérvio vinha dizendo que não reconheceria a soberania do território.
Desde então, o Kosovo já foi reconhecido por mais de 90 países, incluindo os Estados Unidos e 22 dos 27 países-membros da União Europeia. No entanto, por causa do bloqueio da China e da Rússia, aliados da Sérvia no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a região autodeclarada independente ainda não é um membro pleno das Nações Unidas.