Passado violento ensinou política de paz a Exu

Antônio Assis
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Aline Moura
Estado de Minas


O prefeito de Exu, Léo Saraiva (PTB), e o prefeito de Correntes, Edmilson da Bahia (PSB), têm um ponto em comum na carreira política. Ambos venceram as eleições passadas por um voto de diferença e hoje administram cidades em dificuldade econômica, afetadas gravemente pela seca. As semelhanças entre eles, no entanto, não se estendem quando o assunto é política. Em Exu, ao contrário da realidade política de Correntes, nem parece que ocorreu uma eleição tão apertada. Os moradores de lá ficaram calejados desde o fim da década de 1980, depois de assistirem a mais de 30 anos de guerra política entre famílias.
município de Exu vive outro clima. Depois de uma eleição tão acirrada, a terra de Luiz Gonzaga nem de longe lembra o fim da década de 1940, quando uma briga entre as famílias Saraiva, Alencar e Sampaio provocou cerca de 40 mortes, cessando depois de muitos acordos de paz frustrados. Exu já teve três prefeitos e um presidente da Câmara mortos no passado e não quer relembrar esse período da história. Chegou a sofrer intervenção municipal na década de 1980 por conta das cenas de violência, mas os eleitores se recusam a alimentar rixas como naquela época. 

O município viveu debates acalorados na eleição passada, mas a vida voltou à rotina normal nas ruas ensolaradas da cidade, bem diferente da situação encontrada em Correntes e apresentada na reportagem deste último domingo. Na prática, há poucas semelhanças entre um município e outro, exceto a situação de emergência provocada pela seca e a coincidência eleitoral. Viaje agora para o interior de Pernambuco, para conhecer a história política do prefeito que se reelegeu “por um fio”, como diz o ditado, e completou 100 dias de governo.

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