A uma semana da eleição presidencial na Venezuela, o desafiante Henrique Capriles mostrou sua musculatura política num comício em pleno reduto chavista. Milhares de eleitores foram ouvi-lo na Avenida Bolívar, no coração de Caracas.
Advogado, 40 anos, Capriles escorou seu discurso num tripé: estímulo à livre economia de mercado, combate à criminalidade e preservação da política social.
Ele se diz inspirado no modelo adotado por Lula. O diabo é que, na semana passada, o ex-soberano brasileiro apareceu na propaganda eleitoral do oponente Nicolás Maduro, que Hugo Chávez apontou como sucessor antes de morrer. A campanha de Maduro é feita por João Santana, o marqueteiro de Lula e de Dilma Rousseff.
A despeito da exibição de força, Capriles vai às urnas do próximo domingo como azarão. Se as pesquisas estiverem corretas, ele está dez pontos percentuais atrás de Maduro.
Em outubro do ano passado, quando mediu forças com o próprio Chávez, Capriles perdeu por 55% contra 44%. Ainda que tenha nova derrota, permanecerá na fila como principal alternativa de poder na Venezuela.
Josias de Souza