Magno Martins
Ex-governador de Pernambuco, Joaquim Francisco recorria a uma expressão bem engraçada para dar um puxão de orelha em auxiliares borocoxôs. “Bandeira a meio pau só em luto oficial”, advertia. Lembrei-me desta filosofia joaquinziana ao tomar conhecimento, ontem, das declarações do ministro Fernando Bezerra (Integração) na Bahia.
Ao falar sobre 2014, depois de um evento na Bahia, o ministro defendeu a manutenção da aliança nacional do PSB em apoio à reeleição de Dilma, não assumindo a candidatura do governador Eduardo Campos ao Planalto.
Manifestando fidelidade canina ao PSB, FBC disse, há 10 dias, que seguiria os passos do governador e apoiaria qualquer projeto do aliado, inclusive o que está fixado em sua cabeça: disputar à Presidência da República.
Na condição de auxiliar da presidente da República por uma indicação do governador pernambucano, Fernando vive um terrível dilema: o de servir a dois senhores. Está no cargo por apadrinhamento do primeiro chefe, Eduardo, mas tem que manter fidelidade e lealdade à outra chefona, a presidente.
Não queria estar na sua pele! Deve dormir sob efeito de Lexotan. Por isso mesmo, a bandeira do ministro não pode ser hasteada plenamente, como deveria, mas pela metade, metade para agradar a Dilma, metade para ser gentil com Eduardo.
Fernando é um bom ministro, prestigiado e elogiado por Dilma. De inteligência rara, daqueles que dão nó em pingo d água, sinalizou na Bahia que fará o impossível para ver novamente Eduardo no palanque de Dilma, mas sonha e prega no deserto. A candidatura de Eduardo é irreversível!
ATÉ AS PAREDES– E saindo do PSB para o PT, o que se confirma na prática é o que até as paredes do Palácio das Princesas já sabiam: Fernando Bezerra será candidato a governador pela oposição, enfrentando o candidato indicado pelo governador Eduardo Campos. O PT não tem quadros majoritários. Com Fernando na legenda, Lula e Dilma une o útil ao agradável, colocando nas ruas um candidato com potencial e o apoio maciço do Governo Federal.